quarta-feira, 28 de setembro de 2011

«Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7).( Jornada Juventude)



«Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7).

Queridos amigos!
Penso com frequência na Jornada Mundial da Juventude de Sidney de 2008. Lá vivemos uma grande festa da fé, durante a qual o Espírito de Deus agiu com força, criando uma comunhão intensa entre os participantes, que vieram de todas as partes do mundo. Aquele encontro, assim como os precedentes, deu frutos abundantes na vida de numerosos jovens e de toda a Igreja. Agora, o nosso olhar dirige-se para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar em Madrid em Agosto de 2011. Já em 1989, poucos meses antes da histórica derrocada do Muro de Berlim, a peregrinação dos jovens fez etapa na Espanha, em Santiago de Compostela. Agora, num momento em que a Europa tem grande necessidade de reencontrar as suas raízes cristãs, marcamos encontro em Madrid, com o tema: «Enraizados e edificados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Por conseguinte, convido-vos para este encontro tão importante para a Igreja na Europa e para a Igreja universal. E gostaria que todos os jovens, quer os que compartilham a nossa fé em Jesus Cristo, quer todos os que hesitam, que estão na dúvida ou não crêem n’Ele, possam viver esta experiência, que pode ser decisiva para a vida: a experiência do Senhor Jesus ressuscitado e vivo e do seu amor por todos nós.
Na nascente das vossas maiores aspirações!
1. Em todas as épocas, também nos nossos dias, numerosos jovens sentem o desejo profundo de que as relações entre as pessoas sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração por construir relacionamentos de amizade autêntica, por conhecer o verdadeiro amor, por fundar uma família unida, por alcançar uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Certamente, recordando a minha juventude, sei que estabilidade e segurança não são as questões que ocupam mais a mente dos jovens. Sim, a procura de um posto de trabalho e com ele poder ter uma certeza é um problema grande e urgente, mas ao mesmo tempo a juventude permanece contudo a idade na qual se está em busca da vida maior. Se penso nos meus anos de então: simplesmente não nos queríamos perder na normalidade da vida burguesa. Queríamos o que é grande, novo. Queríamos encontrar a própria vida na sua vastidão e beleza. Certamente, isto dependia também da nossa situação. Durante a ditadura nacional-socialista e durante a guerra nós fomos, por assim dizer, «aprisionados» pelo poder dominante. Por conseguinte, queríamos sair fora para entrar na amplidão das possibilidades do ser homem. Mas penso que, num certo sentido, todas as gerações sentem este impulso de ir além do habitual. Faz parte do ser jovem desejar algo mais do que a vida quotidiana regular de um emprego seguro e sentir o anseio pelo que é realmente grande. Trata-se apenas de um sonho vazio que esvaece quando nos tornamos adultos? Não, o homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti. O desejo da vida maior é um sinal do facto que foi Ele quem nos criou, de que temos a Sua «marca». Deus é vida, e por isso todas as criaturas tendem para a vida; de maneira única e especial a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira pelo amor, pela alegria e pela paz. Compreendemos então que é um contra-senso pretender eliminar Deus para fazer viver o homem! Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, a privar-se da plenitude e da alegria: «De facto, sem o Criador a criatura esvaece» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. Gaudium et spes, 36). A cultura actual, nalgumas áreas do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir Deus, ou a considerar a fé como um facto privado, sem qualquer relevância para a vida social. Mas o conjunto de valores que estão na base da sociedade provém do Evangelho — como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família — constata-se uma espécie de «eclipse de Deus», uma certa amnésia, ou até uma verdadeira rejeição do Cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder a própria identidade profunda.
Por este motivo, queridos amigos, convido-vos a intensificar o vosso caminho de fé em Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja! Como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos, é vital ter raízes, bases sólidas! E isto é particularmente verdadeiro hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir a sua vida, tornando-se assim profundamente inseguros. O relativismo difundido, segundo o qual tudo equivale e não existe verdade alguma, nem qualquer ponto de referência absoluto, não gera a verdadeira liberdade, mas instabilidade, desorientação, conformismo às modas do momento. Vós jovens tendes direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para se tornar depois uma árvore robusta, capaz de dar fruto.
Enraizados e fundados em Cristo
2. Para ressaltar a importância da fé na vida dos crentes, gostaria de me deter sobre cada uma das três palavras que São Paulo usa nesta sua expressão: «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Nela podemos ver três imagens: «enraizado» recorda a árvore e as raízes que a alimentam; «fundado» refere-se à construção de uma casa; «firme» evoca o crescimento da força física e moral. Trata-se de imagens muito eloquentes. Antes de as comentar, deve-se observar simplesmente que no texto original as três palavras, sob o ponto de vista gramatical, estão no passivo: isto significa que é o próprio Cristo quem toma a iniciativa de radicar, fundar e tornar firmes os crentes.
A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo através das raízes, que a tornam estável e a alimentam. Sem raízes, seria arrastada pelo vento e morreria. Quais são as nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura do nosso país, que são uma componente muito importante da nossa identidade. A Bíblia revela outra. O profeta Jeremias escreve: «Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. É como a árvore plantada perto da água, a qual estende as raízes para a corrente; não teme quando vem o calor, a sua folhagem fica sempre verdejante. Não a inquieta a seca de um ano; continua a produzir frutos» (Jr 17, 7-8). Estender as raízes, para o profeta, significa ter confiança em Deus. D’Ele obtemos a nossa vida; sem Ele não poderíamos viver verdadeiramente. «Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está em Seu Filho» (1 Jo 5, 11). O próprio Jesus apresenta-se como nossa vida (cf. Jo 14, 6). Por isso a fé cristã não é só crer em verdades, mas é antes de tudo uma relação pessoal com Jesus Cristo, é o encontro com o Filho de Deus, que dá a toda a existência um novo dinamismo. Quando entramos em relação pessoal com Ele, Cristo revela-nos a nossa identidade e, na sua amizade, a vida cresce e realiza-se em plenitude. Há um momento, quando somos jovens, em que cada um de nós se pergunta: que sentido tem a minha vida, que finalidade, que orientação lhe devo dar? É uma fase fundamental, que pode perturbar o ânimo, às vezes também por muito tempo. Pensa-se no tipo de trabalho a empreender, quais relações sociais estabelecer, que afectos desenvolver... Neste contexto, penso de novo na minha juventude. De certa forma muito cedo tive a consciência de que o Senhor me queria sacerdote. Mais tarde, depois da Guerra, quando no seminário e na universidade eu estava a caminho para esta meta, tive que reconquistar esta certeza. Tive que me perguntar: é este verdadeiramente o meu caminho? É deveras esta a vontade do Senhor para mim? Serei capaz de Lhe permanecer fiel e de estar totalmente disponível para Ele, ao Seu serviço? Uma decisão como esta deve ser também sofrida. Não pode ser de outra forma. Mas depois surgiu a certeza: é bem assim! Sim, o Senhor quer-me, por isso também me dará a força. Ao ouvi-Lo, ao caminhar juntamente com Ele torno-me deveras eu mesmo. Não conta a realização dos meus próprios desejos, mas a Sua vontade. Assim a vida torna-se autêntica.
Tal como as raízes da árvore a mantêm firmemente plantada na terra, também os fundamentos dão à casa uma estabilidade duradoura. Mediante a fé, nós somos fundados em Cristo (cf. Cl 2, 7), como uma casa é construída sobre os fundamentos. Na história sagrada temos numerosos exemplos de santos que edificaram a sua vida sobre a Palavra de Deus. O primeiro foi Abraão. O nosso pai na fé obedeceu a Deus que lhe pedia para deixar a casa paterna a fim de se encaminhar para uma terra desconhecida. «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça e foi chamado amigo de Deus» (Tg 2, 23). Estar fundados em Cristo significa responder concretamente à chamada de Deus, confiando n’Ele e pondo em prática a sua Palavra. O próprio Jesus admoesta os seus discípulos: «Porque me chamais: “Senhor, Senhor” e não fazeis o que Eu digo?» (Lc 6, 46). E, recorrendo à imagem da construção da casa, acrescenta: «todo aquele que vem ter Comigo, escuta as Minhas palavras e as põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa: Cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio a inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa e não pôde abalá-la por ter sido bem construída» (Lc 6, 47-48).
Queridos amigos, construí a vossa casa sobre a rocha, como o homem que «cavou muito profundamente». Procurai também vós, todos os dias, seguir a Palavra de Cristo. Senti-O como o verdadeiro Amigo com o qual partilhar o caminho da vossa vida. Com Ele ao vosso lado sereis capazes de enfrentar com coragem e esperança as dificuldades, os problemas, também as desilusões e as derrotas. São-vos apresentadas continuamente propostas mais fáceis, mas vós mesmos vos apercebeis que se revelam enganadoras, que não vos dão serenidade e alegria. Só a Palavra de Deus nos indica o caminho autêntico, só a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolhei com gratidão este dom espiritual que recebestes das vossas famílias e comprometei-vos a responder com responsabilidade à chamada de Deus, tornando-vos adultos na fé. Não acrediteis em quantos vos dizem que não tendes necessidade dos outros para construir a vossa vida! Ao contrário, apoiai-vos na fé dos vossos familiares, na fé da Igreja, e agradecei ao Senhor por a ter recebido e feito vossa!
Firmes na fé
3. «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). A Carta da qual é tirado este convite, foi escrita por São Paulo para responder a uma necessidade precisa dos cristãos da cidade de Colossos. Com efeito, aquela comunidade estava ameaçada pela influência de determinadas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho. O nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas analogias com o tempo dos Colossenses daquela época. De facto, há uma forte corrente de pensamento laicista que pretende marginalizar Deus da vida das pessoas e da sociedade, perspectivando e tentando criar um «paraíso» sem Ele. Mas a experiência ensina que o mundo sem Deus se torna um «inferno»: prevalecem os egoísmos, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e entre os povos, a falta de amor, de alegria e de esperança. Ao contrário, onde as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, o adoram na verdade e ouvem a sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, na qual todos são respeitados na sua dignidade, cresce a comunhão, com os frutos que ela dá. Contudo existem cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem aderir a estas chamadas, simplesmente deixaram esmorecer a sua fé, com inevitáveis consequências negativas a nível moral.
Aos irmãos contagiados por ideias alheias ao Evangelho, o apóstolo Paulo recorda o poder de Cristo morto e ressuscitado. Este mistério é o fundamento da nossa vida, o centro da fé cristã. Todas as filosofias que o ignoram, que o consideram «escândalo» (1 Cor 1, 23), mostram os seus limites diante das grandes perguntas que habitam o coração do homem. Por isso também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32). Nós cremos firmemente que Jesus Cristo se ofereceu na Cruz para nos doar o seu amor; na sua paixão, carregou os nossos sofrimentos, assumiu sobre si os nossos pecados, obteve-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna. Deste modo fomos libertados do que mais entrava a nossa vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, até os inimigos, e partilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade.
Queridos amigos, muitas vezes a Cruz assusta-nos, porque parece ser a negação da vida. Na realidade, é o contrário! Ela é o «sim» de Deus ao homem, a expressão máxima do seu amor e a nascente da qual brota a vida eterna. De facto, do coração aberto de Jesus na cruz brotou esta vida divina, sempre disponível para quem aceita erguer os olhos para o Crucificado. Portanto, não posso deixar de vos convidar a aceitar a Cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Fora de Cristo morto e ressuscitado, não há salvação! Só Ele pode libertar o mundo do mal e fazer crescer o Reino de justiça, de paz e de amor pelo qual todos aspiram.
Crer em Jesus Cristo sem o ver
4. No Evangelho é-nos descrita a experiência de fé do apóstolo Tomé ao acolher o mistério da Cruz e da Ressurreição de Cristo. Tomé faz parte dos Doze apóstolos; seguiu Jesus; foi testemunha directa das suas curas, dos milagres; ouviu as suas palavras; viveu a desorientação perante a sua morte. Na noite de Páscoa o Senhor apareceu aos discípulos, mas Tomé não estava presente, e quando lhe foi contado que Jesus estava vivo e se mostrou, declarou: «Se eu não vir o sinal dos cravos nas Suas mãos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e não meter a mão no Seu lado, não acreditarei» (Jo 20, 25).
Também nós gostaríamos de poder ver Jesus, de poder falar com Ele, de sentir ainda mais forte a sua presença. Hoje para muitos, o acesso a Jesus tornou-se difícil. Circulam tantas imagens de Jesus que se fazem passar por científicas e O privam da sua grandeza, da singularidade da Sua pessoa. Portanto, durante longos anos de estudo e meditação, maturou em mim o pensamento de transmitir um pouco do meu encontro pessoal com Jesus num livro: quase para ajudar a ver, a ouvir, a tocar o Senhor, no qual Deus veio ao nosso encontro para se dar a conhecer. De facto, o próprio Jesus aparecendo de novo aos discípulos depois de oito dias, diz a Tomé: «Chega aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente» (Jo 20, 27). Também nós temos a possibilidade de ter um contacto sensível com Jesus, meter, por assim dizer, a mão nos sinais da sua Paixão, os sinais do seu amor: nos Sacramentos Ele torna-se particularmente próximo de nós, doa-se a nós. Queridos jovens, aprendei a «ver», a «encontrar» Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até se fazer alimento para o nosso caminho; no Sacramento da Penitência, no qual o Senhor manifesta a sua misericórdia ao oferecer-nos sempre o seu perdão. Reconhecei e servi Jesus também nos pobres, nos doentes, nos irmãos que estão em dificuldade e precisam de ajuda.
Abri e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-o mediante a leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; entrai em diálogo com Ele na oração, dai-lhe a vossa confiança: ele nunca a trairá! «Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus» (Catecismo da Igreja Católica, n. 150). Assim podereis adquirir uma fé madura, sólida, que não estará unicamente fundada num sentimento religioso ou numa vaga recordação da catequese da vossa infância. Podereis conhecer Deus e viver autenticamente d’Ele, como o apóstolo Tomé, quando manifesta com força a sua fé em Jesus: «Meu Senhor e meu Deus!».
Amparados pela fé da Igreja para ser testemunhas
5. Naquele momento Jesus exclama: «Porque Me viste, acreditaste. Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditaram!» (Jo 20, 29). Ele pensa no caminho da Igreja, fundada sobre a fé das testemunhas oculares: os Apóstolos. Compreendemos então que a nossa fé pessoal em Cristo, nascida do diálogo com Ele, está ligada à fé da Igreja: não somos crentes isolados, mas, pelo Baptismo, somos membros desta grande família, e é a fé professada pela Igreja que dá segurança à nossa fé pessoal. O credo que proclamamos na Missa dominical protege-nos precisamente do perigo de crer num Deus que não é o que Jesus nos revelou: «Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser motivado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para guiar os outros na fé» (Catecismo da Igreja Católica, n. 166). Agradeçamos sempre ao Senhor pelo dom da Igreja; ela faz-nos progredir com segurança na fé, que nos dá a vida verdadeira (cf. Jo 20, 31).
Na história da Igreja, os santos e os mártires hauriram da Cruz gloriosa de Cristo a força para serem fiéis a Deus até à doação de si mesmos; na fé encontraram a força para vencer as próprias debilidades e superar qualquer adversidade. De facto, como diz o apóstolo João, «Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?» (1 Jo 5, 5). E a vitória que nasce da fé é a do amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se exprime na caridade; foram artífices de paz, promotores de justiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se nos vários âmbitos da vida social, com competência e profissionalidade, contribuindo de modo eficaz para o bem de todos. A caridade que brota da fé levou-os a dar um testemunho muito concreto, nas acções e nas palavras: Cristo não é um bem só para nós próprios, é o bem mais precioso que temos para partilhar com os outros. Na era da globalização, sede testemunhas da esperança cristã em todo o mundo: são muitos os que desejam receber esta esperança! Diante do sepulcro do amigo Lázaro, morto havia quatro dias, Jesus, antes de o chamar de novo à vida, disse à sua irmã Marta: «Se acreditasses, verias a glória de Deus» (cf. Jo 11, 40). Também vós, se acreditardes, se souberdes viver e testemunhar a vossa fé todos os dias, tornar-vos-eis instrumentos para fazer reencontrar a outros jovens como vós o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo!
Rumo à Jornada Mundial de Madrid
6. Queridos amigos, renovo-vos o convite a ir à Jornada Mundial da Juventude a Madrid. É com profunda alegria que espero cada um de vós pessoalmente: Cristo quer tornar-vos firmes na fé através a Igreja. A opção de crer em Cristo e de O seguir não é fácil; é dificultada pelas nossas infidelidades pessoais e por tantas vozes que indicam caminhos mais fáceis. Não vos deixeis desencorajar, procurai antes o apoio da Comunidade cristã, o apoio da Igreja! Ao longo deste ano preparai-vos intensamente para o encontro de Madrid com os vossos Bispos, os vossos sacerdotes e os responsáveis da pastoral juvenil nas dioceses, nas comunidades paroquiais, nas associações e nos movimentos. A qualidade do nosso encontro dependerá sobretudo da preparação espiritual, da oração, da escuta comum da Palavra de Deus e do apoio recíproco.
Amados jovens, a Igreja conta convosco! Precisa da vossa fé viva, da vossa caridade e do dinamismo da vossa esperança. A vossa presença renova a Igreja, rejuvenesce-a e confere-lhe renovado impulso. Por isso as Jornadas Mundiais da Juventude são uma graça não só para vós, mas para todo o Povo de Deus. A Igreja na Espanha está a preparar-se activamente para vos receber e para viver juntos a experiência jubilosa da fé. Agradeço às dioceses, às paróquias, aos santuários, às comunidades religiosas, às associações e aos movimentos eclesiais, que trabalham com generosidade na preparação deste acontecimento. O Senhor não deixará de os abençoar. A Virgem Maria acompanhe este caminho de preparação. Ela, ao anúncio do Anjo, acolheu com fé a Palavra de Deus; com fé consentiu a obra que Deus estava a realizar nela. Pronunciando o seu «fiat», o seu «sim», recebeu o dom de uma caridade imensa, que a levou a doar-se totalmente a Deus. Interceda por cada um e cada uma de vós, para que na próxima Jornada Mundial possais crescer na fé e no amor. Garanto-vos a minha recordação paterna na oração e abençoo-vos de coração.
Vaticano, 6 de Agosto de 2010, Festa da Transfiguração do Senhor.

BENEDICTUS PP. XVI

Novena de São Vicnete de Paulo



INVOCAÇÃO PARA TODOS OS DIAS

Ó glorioso São Vicente de Paulo, despertai em todas as almas a convicção profunda de que Jesus Cristo é a nossa única esperança e salvação.

ORAÇÃO FINAL PARA TODOS OS DIAS
Ó Glorioso São Vicente de Paulo, celeste padroeiro de todas as obras de caridade, durante vossa vida nunca rejeitastes aos que vós recorriam, vede a imensidade de males que nos afligem. Alcançai de Deus socorro aos pobres, alívio aos doentes e aflitos. Proteção aos abandonados, caridade aos ricos, conversão aos pecadores, paz a Igreja e salvação a todos os povos.



CRISTO NOS POBRES

1º DIA
Grande Apóstolo da Caridade, São Vicente de Paulo viu nos pobres a esperança de Deus e costumava dizer: Deus ama os pobres, e considerava a imagem de Cristo nos Pobres.
Pai Nosso, Ave Maria, São Vicente de Paulo, Rogai por nós.
2º DIA
Somente com os olhos da fé, poderemos ver a Jesus nos pobres, alcançai-nos ó Glorioso São Vicente de Deus a graça desta fé.
Pai Nosso, Ave Maria, São Vicente de Paulo, Rogai por nós.
3º DIA
Ajudai-nos São Vicente, a libertar-nos do amor próprio, para servirmos somente à Deus, quando servirmos os pobres.
Pai Nosso, Ave Maria, São Vicente de Paulo, Rogai por nós.

CRISTO NO SACERDOTE

4º DIA
Apóstolo ardoroso, São Vicente sentiu com pesar a ignorância religiosa do povo, por isso, dedicou-se com amor à formação de sacerdotes a fim de melhor atingir as almas.
Pai Nosso, Ave Maria, São Vicente de Paulo, Rogai por nós.
5º DIA
Exaltou o sacerdote com espírito de fé, tão certo estava de que a presença de Cristo no Padre é bem aceita para a salvação das almas.
Pai Nosso, Ave Maria, São Vicente de Paulo, Rogai por nós.
6º DIA
Alcançai-vos, São Vicente, a graça de compreendermos melhor a presença de Cristo no sacerdote e de tratarmos os ministros de Deus, com respeito e dedicação, auxiliando-os em sua árdua missão.
Pai Nosso, Ave Maria, São Vicente de Paulo, Rogai por nós.

CRISTO NA EUCARISTIA

7º DIA
Em sua vida sacerdotal, São Vicente foi assíduo e fervoroso adorador do Santíssimo Sacramento, onde buscava forças para sua laboriosa missão na caridade, celebrava a Missa com máxima piedade.
Pai Nosso, Ave Maria, São Vicente de Paulo, Rogai por nós.
8º DIA
São Vicente confiava a Jesus Eucarístico as suas dificuldades, e pedia, cheio de confiança, o auxílio da graça, para todos os seus trabalhos. Foi seu amor pelo Santíssimo Sacramento que o fez chegar à tão elevado grau de humildade, que o fazia conservar-se sereno nas maiores dificuldades. Alcançai-nos ó São Vicente esta mesma graça.
Pai Nosso, Ave Maria, São Vicente de Paulo, Rogai por nós.
9º DIA
Ajudai-nos São Vicente a alcançar na presença de Cristo no Santíssimo Sacramento, as virtudes que nos dão a tranqüilidade de espírito, e paz na consciência, e uma verdadeira caridade para com os pobres.
Pai Nosso, Ave Maria, São Vicente de Paulo, Rogai por nós.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Livro:Vamos aos Pobres





“Deus visita porque ama a pessoa humana”. Desde criança somos encantados pelas visitas. Parentes e amigos, quando nos visitam transformam nossa casa. Tudo se torna festa, comemoração, alegria e felicidade. O mesmo ocorre quando visitamos um parente ou um amigo.

Vamos focar a visita de Maria a sua prima Isabel (Lc 1,39-56). Quanta honra e felicidade de Isabel e Zacarias em receber a Mãe do Salvador, foi essa a expressão de Isabel. A visita levou felicidade até o nascimento do menino. Jesus no ventre de Maria manifesta seu amor nesta visita a Isabel.

Como deve ser a nossa visita a uma família necessitada à qual nos propomos a ajudá-la? Nossa presença nas casas dos Pobres deve ser como a visita de Maria à sua prima Isabel. Afinal, estamos em nome de Jesus, levando a esperança e conforto. Como nos apresentamos, como falamos? Somos realmente uma presença do amor de Deus para os nossos “mestres e senhores”?
“Exercer o profetismo não é nada confortável”. Nossas visitas devem ser capazes de levar efetivamente a afetividade para quem não têm parentes e amigos. Devemos cumprir nossa missão profética durante as visitas que fazemos, semanalmente, aos Pobres. Não é fácil descobrir o Cristo nos casebres caindo, no meio da falta de higiene, na falta de esperança, na falta de tanta coisa, incluindo o amor.
Acredito que este livro trará muitos subsídios para a nossa missão profética. Certamente nos ajudará a interpretar a realidade do momento presente em que realizamos as nossas visitas aos preferidos de Deus. Seu estudo e reflexão durante nossas reuniões farão que nos preparemos melhor para esta grande missão que nos foi confiada.

Até bem pouco tempo não dispúnhamos de escritos para nos orientar na vida Vicentina. Graças a Deus, agora, contamos com mais um livro a nos auxiliar em nossa missão de cristão profeta.

Título: "Vamos aos Pobres!"
Autor: Mizaél Donizetti Poggioli
Lançamento: setembro de 2011
Páginas: 142
Preço: R$ 10,00 mais despesas de Correio-ECT.
Pedidos pelo e.mail: mizaelpoggioli@uol.com.br
Fonte: http://mizaelpoggioli.blogspot.com/

domingo, 18 de setembro de 2011

PROCLAMAÇÃO DE CONFRADE / CONSÓCIA

PROCLAMAÇÃO DE CONFRADE / CONSÓCIA
( Arts. 11, 12, 13 e seus incisos e parágrafos do Regulamento da SSVP)

1.- A proclamação do novo confrade (consócia) será feita, solenemente, pelo próprio presidente da Conferência em reunião na qual estejam presentes confrades, consócias e aspirantes, recomendando-se que estes tenham concluído o curso básico da “Escola de Capacitação Antônio Frederico Ozanam”.
2.- Após as orações regulamentares, o secretário convocará o(a) novo(a) confrade ou consócia para vir à frente e o presidente proferirá as seguintes palavras:
“Caríssimos confrades e consócias da Conferência ..........................., no dia de hoje, na presença de Deus e diante de nós, se apresenta nosso irmão em Cristo, que publicamente afirmará sua vontade de ingressar na Sociedade de São Vicente de Paulo, que, no Brasil, está colocada sob a proteção da Bem-Aventurada Virgem Maria, como foi proposto pelo fundador do movimento vicentino Antônio Frederico Ozanam e seus companheiros.
Esta Sociedade, embora aberta a participação voluntária do todos, unida pelo espírito de pobreza e partilha, é restrita às pessoas que professem a fé católica, tenham feito a primeira comunhão e procurem testemunhar o amor cristão pelo exercício da caridade.
Está impedido de ingresso, como associado ativo, quem esteja em situação conjugal não aceita pela Igreja, professe outras religiões, freqüente seitas, seja filiado a sociedades secretas ou pertença a partidos políticos cuja ideologia atente contra a Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana e aos seus princípios.
Assim, preenchidas essas condições, pergunto ao candidato:
- Há o firme propósito de tornar-se confrade vicentino, vindo a ser admitido nesta organização católica inspirada por São Vicente de Paulo, que, sob o influxo da caridade e da justiça, procura mitigar os sofrimentos do próximo, levando-lhe incentivo espiritual e apoio material?
(Pausa para resposta)
- Compromete-se a cumprir a Regra Vicentina e o Regulamento da SSVP?
(Pausa para resposta)
(Diante das respostas positivas)
Nos termos do art. 13, §1º 2º do Regulamento da SSVP, proclamo confrade (consócia) vicentino (a) o aspirante....................................................... e conforme o art. 23 do mesmo Regulamento, o confrade vicentino será aclamado/apresentado na primeira festa Regulamentar.”
O novo confrade (consócia ) para demonstrar sua alegria em pertencer a este movimento fica convidado a proferir a saudação vicentina .
O novo membro ativo dirá:
“LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO !”
E todos os presentes responderão:
“PARA SEMPRE SEJA LOUVADO”
A seguir, o presidente dará palavra livre para saudações, franqueando-a ao novo confrade, caso queira fazer uso dela.

fonte :http://www.ssvpsuldeminas.org.br/index.php?option=com_phocadownload&view=category&id=3:denor&Itemid=15#

COMPROMISSO VICENTINO

COMPROMISSO VICENTINO
(Art. 23 do Regulamento da SSVP)

No dia da aclamação (apresentação à Assembléia Geral dos novos confrades e consócias já proclamados) o novo confrade ou consócia prestará publicamente o seguinte compromisso:

Hoje, Senhor, diante de Vós, Meu Pastor, e de meus irmãos de caminhada, assumo o meu compromisso vicentino, com Cristo, com a Igreja, com Maria e com meus irmãos para os quais fui enviado, dizendo :

Ó Deus Todo-Poderoso que, sem nenhum mérito de minha parte, me chamastes a participar como obreiro vicentino, a exemplo de São Vicente de Paulo e de Ozanam, consagro a Vós minhas ações de graça pela escolha.

Quero unir-me e identificar-me mais a Vós, Senhor Jesus, meu mestre e modelo, renunciando a mim mesmo, para consagrar-me totalmente aos deveres de minha vocação.

Prometo fidelidade na distribuição do pão da palavra e no pão que alimenta.

Prometo, em espírito de humildade e por amor, obedecer ao Regulamento da Sociedade de São Vicente de Paulo e ser obediente à hierarquia de nossa Sociedade, gerando, assim, mais união e fraternidade entre nós.

Ajudai-me, Senhor, a ser fiel administrador dos Vossos dons, não visando bens materiais e promoção pessoal, mas unicamente a Vossa glória e o bem dos necessitados.

A Vós, meu Deus, entrego a minha vida e meus sofrimentos, meus êxitos e meus fracassos.

Que a graça de Cristo, a proteção da Virgem Maria e a intercessão de São Vicente de Paulo e de Ozanam, estejam comigo hoje e para sempre.

A M É M !

NOTÍCIAS VICENTINAS: 15 de Março, dia de Santa Luisa de Marillac

NOTÍCIAS VICENTINAS: 15 de Março, dia de Santa Luisa de Marillac

NOTÍCIAS VICENTINAS: Fundadores da SSVP já são Bicentenários

NOTÍCIAS VICENTINAS: Fundadores da SSVP já são Bicentenários: Em julho deste ano, dois co-fundadores da SSVP estarão celebrando 200 anos de nascimento, se estivessem vivos. São eles: Pierre-Emmanual-Fé...

NOTÍCIAS VICENTINAS: Suplica a São Vicente

NOTÍCIAS VICENTINAS: Suplica a São Vicente

S. Vicente de Paulo, presbítero

Nasceu no dia 24 de Abril de 1581, em Pouy, França. Seus pais eram proprietários de um pequeno sítio e tinham seis filhos. Quando menino, Vicente tinha como obrigação cuidar do rebanho ... Em 1588, foi estudar junto aos Franciscanos, cujos estudos foram pagos por um advogado chamado Comet. Em 1596, foi estudar teologia em Saragoça. Desta vez, seu pai foi obrigado a vender uma junta de bois para pagar as despesas do filho.
Aos 19 anos, foi ordenado sacerdote. A sua vida foi tecida por lances extraordinários. Assim, pouco depois de ter sido ordenado sacerdote, caiu prisioneiro dos turcos, tendo sido vendido como escravo, passando dois anos em Tunes nessa condição. Quatro vezes mudou de dono. De regresso a Paris, retirado no silêncio, foi ensaiando com os Irmãos de S. João de Deus na prática da caridade. Recomendado à rainha Margarida de Valois tornou-se seu capelão e conselheiro. A partir daí, Monsieur Vicent começa a ter livre acesso aos nobres, recebendo vultuosas quantias que emprega na sua obra missionária e assistencial: criação de seminários, hospitais para os pobres, centros de amparo para os jovens abandonados, etc. Tinha como director espiritual o Pe. Berulle, fundador dos Oratórios, que o orientou para descobrir qual era a vontade de Deus a seu respeito. Em 1661 fez os Exercícios Espirituais de Santo Inácio. Numa paróquia, na periferia de Paris, chegou à conclusão de que a vontade de Deus é a de que trabalhe em favor dos pobres. Em 1626, dá início à Congregação da Missão, cuja finalidade era dedicar-se ao serviço dos desamparados: camponeses, crianças abandonadas, idosos, doentes; como também à formação do clero e pastoreio dos fiéis afastados da religião. Juntamente com Santa Luísa de Marillac fundou a congregação das Irmãs da Caridade ou Irmãs Vicentinas, tão conhecidas pelo apostolado que exercem em hospitais, asilos, orfanatos, manicómios, etc. Estas, segundo S. Vicente, terão por mosteiro as casas dos enfermos; por cela um quarto de aluguer; por capela a igreja das paróquias; por claustro as ruas das cidades ou as salas dos hospitais; por clausura a obediência, por grades o temor de Deus e por véu a santa modéstia".
São Vicente morreu quase octogenário, a 27 de Setembro de 1660.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A espiritualidade vicentina, um encontro com Cristo no Pobre.



A espiritualidade vicentina, um encontro com Cristo no Pobre.

Conhecer

No século XVII, a espiritualidade estava na moda. Nos salões de recepções se falava de Deus. Henri Brémond falou de uma “invasão mística”. Madame Acarie, cada vez que ouvia falar de Deus, caía em êxtase. Pensava-se que a santidade fosse um fato místico: alguém é santo quando tem visões ou faz milagres. Por isto se buscavam nas vidas dos santos fatos extraordinários. Mas assim os cristãos comuns não se sentiam responsáveis, por pensarem que a santidade fosse alg fora de suas possibilidades.

Entre os Santos Padres da Igreja, desde São Gregório de  Nazianzo vinha desenvolvendo-se a teoria segundo a qual haveria três tipos de vida espiritual: a contemplativa (própria dos monges e das monjas, e que é o tipo mais alto), a ativa(própria de quem vive no mundo e que é menos perfeita) e a mista (própria da ação pastoral, que une contemplação e ação). Como consequência, achava-se que a contemplação levasse mais facilmente à santidade, por meio da via mística, ao passo que, para os que estão imersos no mundo, era possível só uma santidade ascética, por meio da via ascética. É verdade que São Francisco de Sales tinha contado o  exemplo de duas irmãs, uma monja, que vivia como uma leiga, e a outra, casada, que vivia como uma monja. Para ele, a santidade era para todos. Mas esta ideia não tinha sido acolhida de modo unânime. Os religiosos defendiam   obstinadamente a ideia de que só eles estariam “em estado de perfeição”. Tornou-se mais agudo o contraste entre vida ativa e vida contemplativa, entre Marta e Maria.

Experiências convergentes
            Em sua experiência espiritual São Vicente e Santa Luísa eram muito diferentes. Mas os percursos deles foram convergentes.

O de São Vicente foi um percurso de “espiritualização”: numa primeira fase da vida, procurou a si mesmo (até 1608/10); depois teve uma grave “crise” que o fez reconhecer que Deus é a necessidade do homem.
            O deSanta Luísa foi um percurso de “humanização”: numa primeira fase, buscou a fuga no mosteiro, depois  a fuga das responsabilidades da Família, para depois, após o encontro com São Vicente, descobrir que  o homem é a necessidade de Deus.
Nos dois encontros de Folleville e Châtillon em 1617 e na experiência de Pentecostes de 1623, São Vicente e Santa Luísa descobriram sua vocação de serem
- dados a Deus
- para “servir o próximo”, respondendo à fome de Palavra e à fome de Pão.

Contemplar

         
















   Uma espiritualidade do Amor
São Vicente utilizou muito a imagem do coração. Deus é Deus do coração (XI, 156), “o Amante do seu coração” (XI, 102; 145-147): “Eia, pois, peçamos a Deus que dê à Companhia este espírito, este coração, este coração que nos faça ir por toda parte, este coração do Filho de Deus,  coração de Nosso Senhor, coração de Nosso Senhor, coração de Nosso Senhor, que nos disponha a ir, como ele iria e como teria ido, se sua sabedoria eterna tivesse julgado oportuno trabalhar para a conversão das nações pobres” (XI, 291).

A sua foi uma espiritualidade do mistério de Amor do Filho de Deus, que se fez homem e está presente em todo homem. Foi – como escreveu Giuseppe Toscani – um místico que não “foi arrebatado por uma imagem fantástica de Cristo”, porquanto os Pobres os viu em Cristo. A espiritualidade medieval tendia, como para Platão, a evadir-se do corpo para subir ao alto. Pensemos, por exemplo, na definição da oração como “elevação da alma a Deus”. A espiritualidade de São Vicente seguiu, antes, o impulso da Encarnação, de “fazer-se próximo dos últimos dos homens, como Deus em Cristo”. No aniquilamento (kenosis) da humildade, São Vicente encontrou Cristo e os Pobres. Enquanto na tradição mística se fala de “noite dos sentidos e noite do espírito”, como momento de esvaziamento para chegar a uma visão da Face de Deus, São Vicente se deixou crucificar na cruz dos Pobres, “seu peso e sua dor”. Por isto, os Pobres se tornaram, como Cristo, “senhores e patrões”.

Santa Luísa, por sua vez, fala de “amor puro”, isto é, de um amor purificado de todo resíduo de amor humano: “Quanto maiores são as dificuldades que um lugar oferece ao serviço, seja por falta de meios, seja por outros motivos, tanto mais se deve esperar o auxílio do céu, se quisermos trabalhar por puro amor, como me alegro, crendo ser esta a vossa intenção” (Escritos, p. 689-690).






No coração da Trindade
São Vicente colocou tudo isto no íntimo da Trindade. Exprime este conceito com o verbo “honorer” [honrar], expressão que implica participação, reconhecimento filial, conformação com Jesus no seu olhar para a Trindade. São Vicente se sentia amado pelo Pai como o Filho, se sentia convidado à mesa da Trindade. Como os grandes místicos, percebeu o fluxo de amor da Trindade: o Pai que toma a iniciativa do amor, o Filho que acolhe e o Espírito que realiza a comunhão e a união.

Santa Luísa, por sua vez, se sentia cercada pelo Espírito, como se o Espírito Santo tivese sido infundido nela: “Curai minha cegueira, ó Luz eterna! Dai simplicidade à minha alma, Unidade perfeita! Humilhai meu coração para assentar o fundamento de vossas graças e que a capacidade de amar que pusestes na minha alma não se detenha nunca mais no desregramento de minha presunção insolente que, com efeito, não é mais que um obstáculo e um impedimento ao puro Amor que hei de receber com a efusão do Espírito Santo” (Escritos, p. 939).

Da Trindade nasceu a missão. A missão não nasceu de uma iniciativa pessoal, mas da Trindade. É habitando na Trindade que nasceu a missão. E da Trindade vem um estilo de missão: “Firmemo-nos, pois, neste espírito, se queremos ter em nós a imagem da adorável Trindade, se queremos ter uma santa relação com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O que é que faz a unidade e  a união no amor, em Deus, se não a igualdade e a distinção das três pessoas? Que é que o amor deles faz, se não a semelhança deles? E se não houvesse o amor entre eles, que haveria de amável?, diz o bem-aventurado Bispo de Genebra. A uniformidade, pois, está na Santíssima Trindade: o que o Pai quer, o Filho o quer; o que o Espírito Santo faz, o Pai e o Filho o fazem; eles agem igual; não têm senão o mesmo poder e o mesmo amor. Eis a origem da perfeição e nosso modelo” (XII, 256-257).

Encarnação
Sem dúvida alguma, a espiritualidade vicentina é cristocêntrica. São Vicente, de fato, não propõe, a si mesmo e a nós, devoções (a santos, a lugares, a ideias), mas vai direto ao centro de tudo, a Cristo (“Tu solus Dominus”). “Arrebatado pelo amor das criaturas” (XII, 265), Cristo abandonou o Trono do Pai para manifestar a ternura de Deus: “Foi essa ternura que o fez descer do céu: via os homens privados de sua glória; foi tocado pela infelicidade deles” (XII, 271).

            Em todo caso, São Vicente nos adverte de que seu Cristo ele o encontrou verdadeiramente. São Vicente percebeu a voz de Cristo só quando se encontrou com uma sofrida humanidade de Pobres, de gente faminta e desejosa de pão e da palavra. Vendo os Pobres, encontrou Cristo. Viu Cristo no seu “contrário”.

Para o Santo da caridade, a Encarnação está na origem de uma nova relação com Cristo e com o homem, de uma espécie de impulso vital: “Vejamos o Filho de Deus; ó que coração de caridade! Que chama de amor! Há um amor igual a este? Mas quem poderia amar de um modo tão extraordinário? Não há senão Nosso Senhor que tenha sido  tanto arrebatado pelo amor das criaturas a ponto de deixar o trono de seu Pai para vir assumir um corpo sujeito às enfermidades. E por quê? Para estabelecer entre nós, por seu exemplo e por sua palavra a caridade para com o próximo. Foi este amor que o crucificou e produziu esta obra admirável da nossa redenção. Ó meus Padres, se tivéssemos um pouco deste amor, ficaríamos de braços cruzados? Deixaríamos perder-se  as pessoas que pudéssemos assistir? Oh! não, a caridade não pode permanecer ociosa; ela nos impele a buscar a salvação e a consolação dos outros” (XII, 264-265).

            Compreende-se que o Santo não perca tempo buscando mediações. Tinha encontrado Cristo, tinha visto os Pobres, queria “construir o Reino de Deus”. A frase “o povo morre de fome e se condena” não era um argumento para obter favores da Santa Sé, mas uma urgência, um grito de dor, uma ferida na alma. A Encarnação não era para ele um mistério a contemplar, mas a origem da ação. Segundo Henri Brémond, portanto, “não foi o amor dos homens que o levou à santidade, mas foi antes a santidade que o tornou verdadeira e eficazmente caridoso; não foram os Pobres que o deram a Deus, mas, ao contrário, foi Deus – isto é, o Verbo Encarnado – que o deu aos Pobre”. Por isto, não se pode considerar São Vicente só um homem de ação, um distribuidor de esmolas, mas um homem de oração que encontra o mundo na esfera de Deus e por isso sua oração foi uma oração feita caridade.

Santa Luísa por sua vez, convidou as Irmãs a ter um amor forte, para estarem como que possuídas por ele e pelo serviço dos Pobres, quase como se estes dois amores fossem uma coisa só. “Sede muito esforçada na desconfiança que deveis ter de vós mesma. Digo o mesmo a todas as nossas queridas Irmãs; estejam todas cheias de um amor forte que, suavemente, as plenifique de Deus e as lance no serviço dos Pobres; que seu coração não mais possa admitir pensamentos perigosos à sua perseverança. Coragem, queridas Irmãs, não pensemos senão em agradar a Deus pela prática exata de seus santos mandamentos e conselhos evangélicos, pois a bondade de Deus dignou-se chamar-nos a eles; para tal deve servir-nos a exata observância de nossas regras, porém com alegria e diligência. Servi a nossos amos com grande doçura” (Escritos, p. 92).

Deixar Deus por Deus

            Em força destes princípios, São Vicente não teve dificuldade em convidar os Missionários e as Irmãs a “deixar Deus por Deus”. Porque os Pobres são os Pobres de Jesus Cristo, são Jesus Cristo, e assim, ao deixarem Jesus Cristo o reencontrariam nos seus membros. O homem, portanto, é o rosto de Deus e Deus é o rosto do homem. A Encarnação esteve, portanto, na origem de sua antropologia.. Como escreveu Calvet, São Vicente “é o homem daqui que mais amou os homens. Tinha realizado plenamente no seu coração o sentimento da fraternidade, isto é, acreditava, não de palavra, por metáfora ou por reflexão filosófica, mas substancialmente e nas suas entranhas, que o esfarrapado, o pobre diabo da rua era seu irmão. Este sentimento em tal grau é raríssimo. Todos os dias, trazia dois mendigos para comerem à sua mesa e lhes servia ele mesmo com grande respeito. Todos os santos serviram os Pobres para conformar-se ao espírito do Evangelho; ele, além disso, os servia por prazer. Quando se estabeleceu no priorado de São Lázaro, encontrou lá alguns loucos, abandonados por todos, lixo da humanidade. Tinha-se afeiçoado a eles e os tinha conquistado com a mansidão, tanto que, se algum dia, tivesse tido que ir embora de lá, se perguntava que coisa teria lamentado mais, ao ir embora, e chegou à conclusão de que lhe teria custado mais ao coração deixar aqueles pobres loucos, de quem ninguém mais se teria ocupado”. Se escolheu o lema “evangelizar os Pobres”, foi porque se convencera que estava continuando a missão histórica do Filho de Deus, que veio ao mundo, renunciando aos seus privilégios e abraçando a pobreza, pela salvação dos homens. Daí provém o caráter evangélico de sua espiritualidade, na qual não quis “acréscimos” de nenhum tipo, mas que centrou na Trindade e na Encarnação.

Bem o compreendeu Frederico Ozanam, talvez o mais fiel intérprete de São Vicente quando escreveu sobre os Pobres:“Deveríamos cair aos pés deles e dizer-lhes, com o Apóstolo: ‘Tu es Dominus meus’ [Você é meu Senhor]. Vocês são nossos patrões e nós seremos seus servidores; vocês são para nós as imagens sagradas de Deus que não vemos e, não sabendo amá-lo de outro modo, nós o amamos nas pessoas de vocês” (carta a Louis Janmot).

Servir
            Face a semelhantes verdades, não podemos limitar-nos a uma consideração puramente racional. O mistério não é coisa que tenhamos que conhecer, não o compreenderemos jamais, mas é uma porta a ser ultrapassada.

Neste ano centenário, também nós devemos “entrar” no amor de Cristo. Nós, amando Cristo, somos modelados por ele, aderimos a ele e então ficamos em condição de amar como ele, evangelizador dos Pobres (Lc 4, 18-19): “Deus ama os Pobres e, por conseguinte, ama os que amam os Pobres, porque, quando amamos alguém, temos afeição por seus amigos e servidores. Por isso, temos motivo de esperar que pelo amor deles, Deus nos amará. Vamos, pois, meus irmãos, e dediquemo-nos com um amor novo a servir os Pobres, e mesmo busquemos os mais pobres e os mais abandonados; reconheçamos diante de Deus que eles são nossos senhores e nossos amos e que somos indignos de prestar-lhes nossos humildes serviços” (XI, 392-393.). Este amor tem dois movimentos: para o alto, para a Trindade, é admiração, é adoração, é busca do agrado de Deus; para baixo, é promoção dos Pobres, é amor gratuito. É como o olhar de Cristo do alto da Cruz: um olhar de amor na necessidade, de um Deus que está na necessidade de ser amado.

Santa Luísa  dizia que nós, “livres de tudo”, devemos “seguir Jesus Cristo” (Escritos, p. 786). Disso deve derivar uma oração “livre”, “cristocêntrica”, isto é, que vai diretamente a Cristo, rica de Evangelho, sem deter-se em demasiadas devoções; uma oração “ferida”, no sentido de que, no rezar, não poderíamos ignorar as ansiedades e as dores da humanidade; uma oração “evangélica”, rica das expressões de fé do Evangelho: Senhor, fazei que eu veja; Senhor, fazei que eu caminhe; Senhor, dizei uma só palavra e o meu filho será curado; Senhor, Filho de Davi, tende piedade de mim”.



Fazer conferência
            Uma de nossas mais belas tradições é a da conferência. A palavra quer dizer “levar juntos” (cum-ferre), isto é, partilhar os pensamentos, as emoções, as ideias. Falar de Deus uns com os outros.

Experimentemos ler alguns trechos de conferências:4

1. “Praza a Deus dar-nos o espírito que os anima, um coração grande, largo, amplo! Magnificat anima mea Dominum [Minha alma glorifica o Senhor]. Nossa alma deve engrandecer e reconhecer a grandeza de Deus, de modo que Deus dilate nossa alma e nos dê uma profunda inteligência para conhecermos bem a grandeza e a extensão de sua bondade e de seu poder; para compreender até onde se estenda o dever de estar a seu serviço e de glorificá-lo de todos os modos possíveis: uma abertura da vontade para aproveitar todas as ocasiões de procurar a glória de Deus. Se não podemos nada por nós mesmos, podemos tudo em Deus. Sim, a Missão pode tudo, porque temos em nós o germe de poder tudo em Jesus Cristo. Por isso, ninguém pode excusar-se por não a poder realizar; sempre teremos mais força do que o necessário, principalmente na situação concreta, porque nela o homem se sente um homem completamente novo” (XI, 203-204).

            Nossa vocação é um encontro com Cristo ou uma pura adesão a um grupo de pessoas? Temos a convicção de que nossa Família Vicentina “pode tudo, porque temos em nós o germe de poder tudo em Jesus Cristo? Temos alguma experiência a compartilhar?
         2. “Não devo considerar um pobre camponês ou uma pobre mulher pelo seu aspecto, nem pela sua aparente mentalidade; muito frequentemente, quase não têm a fisionomia, nem a inteligência das pessoas racionais, de tal modo são grosseiros e materiais. Mas virai a medalha e vereis, à luz da fé, que o Filho de Deus, que quis ser pobre, nos é representado por esses Pobres. Ele quase não tinha a semelhança de homem na sua paixão, e foi julgado louco pelos gentios e pedra de escândalo para os judeus; entretanto, ele se chama de evangelizador dos Pobres. Evangelizare pauperibus misit me [Enviou-me a evangelizar os Pobres]. Ó Deus! Como é bonito ver os Pobres, se os consideramos em Deus, e com a estima que Jesus Cristo tinha por eles! Mas se os olhamos segundo os sentimentos da carne e do espírito mundano, nos parecerão desprezíveis” (XI, 32).

Os Pobres estão presentes em nossa oração? Lembramos rostos, situações, necessidades?

            “Como são felizes aqueles a quem Deus concede tais disposições e tais desejos! Sim,  senhores, devemos ser todos de Deus e para o serviço de todos; devemos dar-nos a Deus para isso, consumir-nos para isso, dar nossa vida para isso, despojar-nos, por assim dizer, para revestir-nos disso, pelo menos desejar estar em tal disposição, se nela ainda não estamos; estar dispostos a ir e vir onde prazerá a Deus, seja às Índias seja em qualquer outro lugar; em suma, expor-nos voluntariamente pelo serviço do próximo e dilatar o reino de Jesus Cristo nas almas. E eu mesmo, velho e idoso como estou, não posso deixar de ter esta mesma disposição em mim, até de partir para as Índias, para lá conquistar as almas para Deus, mesmo se tivesse que morrer pelo caminho ou no navio” (XI, 402).


Reflexão por Pe. Luigi Mezzadri, CM, província do Roma
Tradução por Pe. Lauro Palú, CM, província do Rio de Janeiro






terça-feira, 13 de setembro de 2011

Espiritualidade Marial Vicentina




ESPIRITUALIDADE MARIAL VICENTINA


Desde o princípio de sua existência a Igreja como Povo de Deus tem vivido com Maria sua experiência do Transcendente. Quando da vinda do Espírito Santo no Cenáculo, lá está Maria junto com os discípulos recebendo a força de Deus para ser testemunha viva de tudo que viram e ouviram de Jesus de Nazaré seu filho e Filho de Deus. Por isso, nos diz e Encíclica Mariales Cultus de Paulo VI n 21 “desde cedo os fiéis começaram a olhar para Maria, a fim de, como ela, fazerem da própria vida um culto a Deus, e do seu culto um compromisso vital. Já no século IV Santo Ambrósio, ao falar aos féis, lhes auspiciava que em cada um deles houvesse a alma de Maria, para glorificarem a Deus: "Que em cada um de vós haja a alma de Maria para bendizer o Senhor; e em cada um de vós esteja o seu espírito, para exultar em Deus!".
A Igreja procura traduzir as multíplices relações que a unem a Maria, em outras tantas atitudes e manifestações culturais, em uma veneração profunda, refletindo de forma única a dignidade da Virgem Santíssima, que, por obra do Espírito Santo, se tornou Mãe do Verbo Encarnado; em amor, que se manifesta na maternidade espiritual de Maria para com todos nós membros do Corpo Místico de Cristo; naquela em quem se pode confiar, quando experimentamos a necessidade de intercessão da advogada e auxiliadora; em serviço amoroso, quando percebemos sua gratuidade em colaborar na obra de salvação tornando-se a mãe do salvador,  sendo modelo de imitação, pois nela contemplamos a santidade e as virtudes queridas pelo Pai.
Seguramente Maria é para nós cristãos deste novo milênio modelo de vivencia da fé e em quem podemos buscar inspiração para a vivência de nosso projeto de vida cristã, pois nas condições concretas da sua vida, ela aderiu total e responsavelmente à vontade de Deus (cf. Lc 1,38). Soube acolher a sua palavra e pô-la em prática, sendo sua ação animada pela caridade e pelo espírito de serviço, tornando-se a primeira e a mais perfeita discípula de Cristo, reconhecida como modelo excelentíssimo de Igreja, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo.
a) - Maria é a Virgem que sabe ouvir: acolhe a palavra do Pai com fé. Fé que foi caminho para a maternidade divina. Ela, cheia de fé disse: "Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38); fé, ainda, que foi motivo de segurança no cumprimento da promessa: "Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido" (Lc 1,45); fé com a qual ela, protagonista e testemunha dos acontecimentos da infância de Cristo, guarda-os no íntimo do seu coração (cf. Lc 2,19.51). É isto que também a Igreja faz. Na sagrada Liturgia, ela escuta com fé, acolhe, proclama e venera a Palavra de Deus, distribuindo-a aos fiéis como pão de vida, descobre os sinais dos tempos os interpreta e vive os acontecimentos da história.
b) - Maria é a mulher da oração. Assim Em sua visita à Isabel exulta  no espírito glorificando ao Deus, da humildade, da fé e da esperança: tal é o "Magnificat" (cf. Lc 1,46-55), a oração de Maria, o cântico dos tempos messiânicos no qual confluem a exultação do antigo e do novo Israel. Este cântico da Virgem Santíssima, na verdade, prolongando-se, tornou-se oração da Igreja inteira, em todos os tempos. Neste mesmo caminho segue a experiência vivida em Caná, onde, ao manifestar ao Filho, uma necessidade temporal, obteve também um efeito de graça, que Jesus ao realizar o primeiro dos seus "sinais", confirma os discípulos na fé n'Ele (cf. Jo 2,1 12). Por fim, o ultimo texto sagrado que nos apresenta Maria descrevem-na orando com os Apóstolos: "perseveravam unânimes na oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele" (At 1,14). Presença orante de Maria na Igreja nascente, e na Igreja de todos os tempos, porque ela, assunta ao céu, não abdica de sua missão de intercessão e de salvação. Virgem dada à oração e também a Igreja, pois, todos os dias apresenta ao Pai as necessidade dos seus filhos, e "louva o Senhor sem cessar e intercede pela salvação de todo o mundo".
c) - Maria Virgem Mãe, isto é, aquela que "pela sua fé e obediência, gerou na terra o próprio Filho de Deus Pai, por obra e graça do Espírito Santo". Maternidade prodigiosa, constituída por Deus protótipo e modelo da fecundidade da Virgem-Igreja, a qual por sua vez, se torna também mãe, pois com o anúncio e o batismo gera para vida nova e imortal os filhos concebidos por ação do Espírito Santo e nascidos de Deus".
Sendo Maria modelo de vivência de Igreja é de fundamental importância que nossas orações dedicadas a Virgem Maria exprimam, de maneira clara, sua característica trinitária e cristoló
gica que lhes é intrínseca e essencial. O culto cristão é por sua natureza culto ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Nesta perspectiva, torna-se o culto extensivo, legitimamente, se bem que de maneira substancialmente diversa, em primeiro lugar e de modo único, à Mãe do Senhor, e depois aos Santos, nos quais a Igreja proclama o Mistério Pascal, por isso mesmo que eles sofreram com Cristo e com Ele foram glorificados.
A espiritualidade Mariana vivida em nossas comunidades deve levar em conta o que nos pede a norma da Constituição Sacrosanctum Concilium, a qual, ao mesmo tempo que recomenda os exercícios de piedade do povo cristão, acrescenta: "...Importa, porém, ordenar essas práticas de piedade tendo em conta os tempos litúrgicos, de maneira que se harmonizem com a sagrada Liturgia, de certo modo derivem dela, e a ela, que por sua natureza lhes é muito superior, conduzam o povo cristão" (SC 13). Portanto A Igreja católica, apoiada em sua caminhada de dois milênios, reconhece na devoção a Virgem Santíssima um caminho seguro, um auxílio poderoso para todo homem e toda mulher em marcha para a conquista da sua própria plenitude. Maria, a Mulher nova, está ao lado de Cristo" o Homem novo, em cujo mistério, somente, encontra verdadeira luz o mistério do homem. Esta é a nossa garantia que em uma simples criatura, Maria tornou realidade o plano de Deus em Cristo, para a salvação de todo o homem.
Nossa comunidade que vivencia a espiritualidade vicentina, tem a graça de ter recebido em sua família a visita da mãe de Deus. Na tarde de um sábado, dia 27 de novembro de 1830, véspera do 1º Domingo do Advento, em Paris, na capela das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, a noviça Irmã Catarina Labouré, teve uma visão de Nossa Senhora. A Virgem Santíssima estava de pé sobre um globo, segurando com as duas mãos um outro globo menor, sobre o qual aparecia uma cruzinha de ouro. Dos dedos de suas mãos, que de repente encheram-se de anéis com pedras preciosas, partiam raios luminosos em todas as direções. Num gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao Senhor.
“A Virgem Santíssima — disse Irmã Catarina — baixou para mim os olhos e me disse no íntimo do meu coração: "Este globo que vês representa o mundo inteiro (...) e cada pessoa em particular... Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que mais pedem." Desapareceu, então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas já não pudessem com o peso das graças, inclinaram-se para a terra em atitude amorosa. Formou-se em volta da Santíssima Virgem uma figura, no qual em letras de ouro se liam estas palavras que cercavam a mesma Senhora:  "Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECOREMOS A VÓS.”
Ouvi, então, uma voz que me dizia: "Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem ao pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança". Então a figura se virou, e no verso apareceu a letra "M", monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo do "M", os dois Corações, de Jesus e de Maria; o de Jesus, com uma coroa de espinhos e o de Maria atravessado por uma espada; contornava o quadro uma coroa de doze estrelas.”
Irmã Catarina disse ainda que a Santíssima Virgem calcava aos pés uma serpente, alusão clara à palavra de Deus a Eva, depois do pecado: "Porei inimizade entre ti e a Mulher, entre tua descendência e a dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3,15). A mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a invocação já referida a envolvê-la.
O Arcebispo de Paris, Dom Quélen, autorizou a cunhagem da medalha e instaurou um inquérito oficial sobre a origem e os efeitos da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de "Medalha Milagrosa", ou "Medalha de Nossa Senhora das Graças".
A Medalha Milagrosa não é um objeto mágico, um amuleto. É um sinal religioso, um rico presente de Nossa Senhora, Mãe de Jesus e nossa Mãe. Foi Maria mesma, quem manifestou sua Medalha a Santa Catarina Labouré. "A rápida propagação, o grande número de medalhas cunhadas e distribuídas, os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos, parecem sinais do céu que confirmam a realidade das aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão da Medalha".
A vivência de nossa espiritualidade Marial vicentina da-se em cada novena realizada em nossa comunidade ou mesmo em nossa pequena comunidade familiares. Através de Maria chegamos ao Cristo nosso Salvador.
Pe. Ilson Luis Hübner CM
Mestre em Teologia Sistemática
Reitor do Seminário Vicentino Nossa Senhora das Graças

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Um video da vida de São Vicente completo vale a pena ver

Um video da vida de São Vicente completo vale a pena ver

Seguindo os passos de São Vicente de Paulo

Seguindo os passos de São Vicente de Paulo

Catholic Identity

By reason of its Catholic character, DePaul strives to bring the light of Catholic faith and the treasures of knowledge into a mutually challenging and supportive relationship. It accepts as its corporate responsibility to remain faithful to the Catholic message drawn from authentic religious sources both traditional and contemporary. In particular, it encourages theological learning and scholarship; in all academic disciplines it endorses critical moral thinking and scholarship founded on moral principles which embody religious values and the highest ideals of our society.
On the personal level, DePaul respects the religiously pluralistic composition of its members and endorses the interplay of diverse value systems beneficial to intellectual inquiry. Academic freedom is guaranteed both as an integral part of the university's scholarly and religious heritage, and as an essential condition of effective inquiry and instruction.
Guided by the university's strategic plan, VISION Twenty12, the Office of Mission and Values collaborates with university constituencies in ways that measurably enhance their understanding and support of DePaul University's Catholic, Vincentian, and urban identity

Biografía de São Vicente de Paulo


Biografía de São Vicente de Paulo


Ficha del Artículo








Vicente de Paulo pertenceu a uma sociedade bastante diferente da nossa e bastante complexa. Ele teve contatos com muitas pessoas de posição, inclusive no clero. Para entender este contexto e a personalidade humana e cristã bastante complexa de São Vicente, é recomendado que o leitor consulte trabalhos históricos relativo ao Século XVII.
Vicente nasceu em Pouy, perto de Dax, durante a primavera de 1581, em uma família de pessoas notáveis. A situação material do seu tempo era precária, uma vez que a região estava se recuperando gradualmente das devastações ocorridas pelas ações protestantes de Jeanne d’Albret, mãe de Henrique IV. Vicente nunca aludiu a estes eventos e sempre buscou um diálogo humilde com protestantes. O pai de Vicente veio de uma família de pessoas importantes da região, e sua mãe era filha do dono de uma pequena fazenda na zona rural que estava se recuperando lentamente da destruição. Um tio paterno de São Vicente administrava um hospício local para os viajantes e peregrinos pobres. Os tios maternos eram magistrados, e o seu avô, por parte de mãe possuia um título de nobreza. Os pais de São Vicene cultivaram uma propriedade modesta, mas Vicente nunca mencionou este aspecto: de ser um camponês. Eles eram pobres? A resposta deve ser sim, quando comparados com as pessoas das cidades grandes, mas, como proprietários de terras, possuíam boas relações com os diversos níveis sociais. Isto explica em parte o custume que Vicente adquiriu desde pequeno de construir bom relacionamento com pessoas de todos os níveis sociais.
A família de Vicente possuía uma fé simples na providência de Deus, permanecendo sempre apesar das diversas calamidades por que passaram.
O pai de Vicente o enviou para estudos, de forma a garantir benefícios eclesiásticos, a exemplo de seu tio. O protetor de Vicente, um advogado do tribunal de Dax, também foi uma inspiração para a idéia do sacerdócio. Futuramente, o Padre Vicente declararia que naquele momento ele não entendia ainda a grandeza do ministério que abraçara, nem de suas responsabilidades. Depois de seus estudos secundários, os quais duraram quatro anos em Dax, Vicente entrou na universidade. Ele provavelmente começou em Zaragoza ao final de 1596, mudando-se Toulouse ao final de 1597.
Em um processo de ordenação muito rápido, Vicente foi ordenado subdiácono e diácono em 1598 e 1599 respectivamente, e em Setembro de 1600, foi ordenado sacerdote em Périgueux.
Posteriormente, terminou os estudos em Toulouse em 1604 e recebeu o bacharelado em teologia e a licença para ensinar o Segundo Livro das Orações de Peter Lombard, que tratava de: criação, pecado, liberdade e graça. Ele provavelmente ensinou lá até maio ou junho de 1605. Ao longo de sua vida, manteve as habilidades teológicas e o dom de ensinar.
Em duas cartas que enviou a seu benfeitor, Vicente explicou seus dois anos de silêncio. Capturado por corsários da Costa Barbária e vendido como escravo a quatro diferentes donos – um pescador, um alquimista, o sobrinho do alquimista e, finalmente a um cristão renegado de Nice – conseguiu escapar por mar até Avignon. Em Avignon, obteve contato com o Nuncio, o qual mostrou muito interesse no conhecimento de Vicente a respeito de alquimia. Ele levou Vicente para Roma no outono de 1607, visando obter para ele um emprego bem remunerado.
Estas duas cartas estavam cheias de informação sobre Vicente. Podemos ver nelas seu temperamento, sua facilidade em se relacionar com pessoas, sua busca por dinheiro, sua ligação a amigos e à família, seu conhecimento profundo da língua francesa, a expressão de sua verdadeira fé cristã e o seu interesse por pesquisa, por exemplo, sobre medicina e alquimia.
Após um ano em Roma, Vicente foi para Paris no final de 1608, provavelmente para uma missão temporária: ele esperava que, por volta de 1610, pudesse retornar a Dax, para viver junto à sua mãe, com um bom cargo eclesial. Em Paris, Vicente permaneceu na abadia de São Leonardo de Chaume, perto de La Rochelle.
Na realidade, Vicente não voltou a viver em Dax, como planejara, permanecendo em Paris. Sua estadia permitiu-lhe conviver com um bom padre com o qual aprendeu com sua conduta pastoral e a convivência com protestantes. Teve ainda a oportunidade de conviver com Pierre de Bérulle, o qual possibilitou o contato com os escritos de Teresa d’Ávila, Inácio de Loyola, Luiz de Granada, Francisco de Assis, Francisco de Sales, entre outros.
Sua busca por uma boa remuneração não terminara durante este período. Vicente permaneceu no Oratório, fundado por Bérulle em 11 de Novembro de 1611. A espiritualidade do Oratório se centrava em Jesus Cristo, filho encarnado de Deus. Havia conferências semanais, especialmente nas festas litúrgicas; a Eucaristia era venerada; Maria era sempre colocada por Bérulle como tendo um lugar na missão da Igreja diante dos mais pobres dentre os pobres. Vicente era o principal discípulo de Bérulle e manteve a prática das conferências e as principais linhas de sua espiritualidade, mesmo depois da morte de seu mestre.
Em 1612, Vicente tomou posse da paróquia de Clichy, perto de Paris, onde pode obter uma modesta remuneração, mas possibilitou-lhe desenvolver sua vocação de um zeloso pastor de pessoas boas e importantes.
No final de 1613, Vicente foi convidado a ser o tutor dos filhos dos Gondi. Nesta ocasião, Vicente teve a oportunidade de estudar, meditar e pregar para camponeses das numerosas propriedades dos Gondi. Os raros sermões ainda existentes deste período se centravam na Trindade, na Encarnação e na atitude de adoração à Eucaristia. Eles ainda tratavam especialmente do catecismo e nos exemplos de santos.
Em 1617, o arcebispo De Marquemont de Lion, quiz fazer Chântillon-les-Dombes (hoje Chântillo-sobre-Chalaronne) um centro missionário e convidou Bérulle a fundar uma comunidade de padres do Oratório. Bérulle convidou Vicente para liderar um grupo de seis sacerdotes extremamente competentes. Foi a oportunidade para Vicente liderar uma equipe em uma missão.
Em um domingo, antes da missa, alguém pediu a Vicente para convidar pessoas benevolentes para ajudar uma família pobre e doente da paróquia. A resposta das senhoras da paróquia foi maior do que a expectativa de Vicente e este foi o primeiro grupo de Damas da Caridade. Com a vocação de união com Deus através de um serviço espiritual e físico aos pobres, com “caridade, humildade e simplicidade”, as Damas da Caridade estão hoje espalhadas pelo mundo inteiro e constituem a Associação Internacional das Caridades (AIC).
Em 1622, Francisco de Sales nomeou Vicente Visitador das freiras de Paris. Vicente permaneceu como Visitador da ordem até a sua morte. Como Visitador, Vicente proferia conferências sobre espiritualidade, fundou três novos mosteiros e fazia o possível para levantar fundos para a sobrevivência da ordem.
Em 1625, Madame de Gondi persuadiu Vicente a formar uma congregação de padres dedicados à pregação do Evangelho aos pobres e levantou fundos para possibilitar a sua fundação. Os três primeiros coirmãos se juntaram a Vicente em 4 de Setembro de 1626. Estava fundada a Congregação da Missão, crescendo rapidamente para fora das propriedades dos Gondi.
Vicente e seus missionários enfatizavam especialmente a Trindade, a Criação, o final do homem no Céu. A finalidade principal, escrita por Vicente era: “atrair almas para o Céu”. Os missionários pregavam sobre moral de manhã cedo – chamando estas pregações de “sermões” – e sobre doutrina à tarde, chamando a isto de “o grande catecismo”.
Dada a grande dificuldade em formar novos sacerdotes em seminários, Vicente inovou, criando retiros de duas semanas para formação de seminaristas. Esta experiência se mostrou um sucesso e foi adotada praticamente em todas as dioceses.
Em 1633, esta experiência foi consolidada como um instrumento de formação contínuo: estavam estabelecidas as “Conferências das Terças-Feiras”. Nelas, Vicente propunha e pregava sobre assuntos específicos e os padres compartilhavam os acontecimentos que tinham acontecido na semana precendente relativos a estes assuntos.
Enquanto isso, Vicente tomou para si a responsabilidade de gerenciar o leprosário de São Lázaro, junto com seus coirmãos: por isso, os Padres da Missão passaram a se chamar de “Lazaristas”.
As Caridades cresciam rapidamente. Em Paris, as Damas da Caridade começaram em 1630 um serviço às jovens em perigo na cidade. Neste serviço, em particular se destacavam Madame de Villeneuve e Marguerite Naseau, a qual veio a falecer por uma praga adquirida através de contacto com uma moça a qual servia. Luiza de Marillac concordou em liderar o grupo e, em 1633, estava fundada a Companhia das Filhas da Caridade, com o mesmo espírito das Damas da Caridade: “honrar Nosso Senhor Jesus Cristo e sua santa mãe em seu serviço espiritual e físico pelo pobre”, pela busca de sua santificação através da caridade, humildade e simplicidade.
Em 1885, o Papa Leão XIII declarou São Vicente de Paulo como o Patrono das obras de caridade.
 

Sobre as Biografias

Há muitas biografias sobre Vicente de pequenos e médios tamanhos, disponíveis em idiomas variados, muitas traduzidas dos principais idiomas europeus. É útil lê-las ou relê-las de vez em quando ou ler partes delas. Muito freqüentemente algo novo nos surpreenderá, ou veremos algo por um novo ângulo.
Vicentinos de cada grupo de idiomas saberão quais são considerados os melhores livros em sua própria língua. “O Mundo de Monsieur Vincent” por Mary Purcell, uma leiga irlandesa, foi publicado em 1963 e reimpresso em 1989. Muitas pessoas o consideram como o melhor livro em inglês sobre Vicente. Também foi traduzido para a língua da Indonésia. A biografia de Jean Calvet, publicada em francês em 1948, foi traduzida para o inglês em 1952. A curta biografia feira por Luigi Mezzadri saiu em 1989 e foi traduzida em francês, inglês e espanhol.
As três biografias principais foram escritas por Louis Abelly, Pierre Coste e Jose Maria Roman, conforme indica abaixo:

Abelly

O livro de Abelly foi publicado em 1664, quatro anos depois da morte de Vicente e tem vários defeitos. Citando as cartas ou conferências de Vicente, ele freqüentemente mudou parágrafos, orações ou palavras, porque considerava o estilo de Vicente deficiente em termos literários.Também tinha uma idéia preconcebida de como um padre santo deveria ser, e tentou ajustar Vicente neste modelo. Dá a impressão de que Vicente era um santo desde a infância, e omite qualquer coisa que considera inadequada para a imagem preconcebida que ele tinha.
Por outro lado há dois importantes aspectos positivos no livro de Abelly. Primeiro, ele estava escrevendo sobre um homem que tinha conhecido pessoalmente. Por causa disto, adquirimos uma visão real sobre Vicente. Em segundo lugar, Abelly pôde utilizar as recordações e impressões de outras pessoas que tinham conhecido Vicente pessoalmente, especialmente o Irmão Bertrand Ducournau, um dos secretários de Vicente.
Em 1985 Andre Dodin CM publicou um livro sobre a biografia de Abelly: “La Legende et l’Histoire: De Monsieur De Paul a St. Vincent de Paul”: [Lenda e História: do Senhor De Paul para São Vicente de Paulo]. No exemplar de outono de 1993 de “Colloque”, Jornal da Província irlandesa, há um artigo do livro de Dodin por Andrew Spelman CM.

Coste

A biografia de três volumes de Coste foi publicada em 1932. Contém uma lista muito detalhada das atividades de Vicente, mas, apesar disso, não dá um quadro claro do tipo de homem que ele era. Minha opinião sobre a biografia de Coste é que um confrade deveria ler isto uma vez na vida, e depois reler suas partes vez por outra, quando for necessário para descobrir novos fatos. Alguém disse que a biografia de Coste foi mais um trabalho de arquivista do que de um historiador ou biógrafo.
Foi traduzido para o espanhol e italiano, e um ou dois dos volumes para o alemão.

Roman

Esta foi publicada em 1981, a primeira biografia importante desde Coste. É mais curta que Abelly ou Coste, mas leva em conta o progresso que foi feito nos estudos vicentinos em meio século desde o último.
Foi traduzido para o italiano e polonês, e uma tradução inglesa será publicada ainda este ano.
Eu já mencionei que é importante a leitura e releitura das biografias sobre Vicente; é mais importante, entretanto, ler e reler o que ele escreveu.
 

O que Vicente escreveu

Os escritos de Vicente que ainda restam foram publicados por Coste em doze volumes, oito de cartas e quatro de conferências.Vicente não planejou a impressão ou publicação de nenhuma parte desse material. O único trabalho que ele pretendeu publicar com uma circulação limitada foram as Regras Comuns da Congregação da Missão.
Gostaria de dizer algo sobre estes escritos debaixo de quatro títulos: As Regras Comuns, as cartas, as conferências para a comunidade de São Lazaro e as conferências para as Filhas da Caridade.

As Regras Comuns

Vicente escreveu as Regras Comuns em latim. Penso que elas foram traduzidas em sua maioria, se não totalmente, nos idiomas vernáculos das diferentes Províncias da Congregação. É importante que uma boa e atraente tradução esteja disponível se os confrades precisarem saber mais sobre as Regras Comuns. Por muitos anos na Província irlandesa tivemos uma tradução que tinha se tornado ultrapassada, em idioma arcaico que desanimava os confrades a lerem as Regras Comuns.
As Regras Comuns têm um grande defeito. Vicente combinou duas coisas em um livro: diretrizes em espiritualidade e diretrizes em administração. Nas diretrizes em administração há algumas coisas que pertencem ao século XVII e há outras que dizem respeito à França. Qualquer coisa que se enquadra completamente no século XVII ou completamente no modelo francês para nós, que não somos nem do século XVII nem franceses, podemos ignorar. Muito do material relativo à administração de casas de comunidade cai em uma ou outra destas categorias.
A maioria do material presente nas Regras Comuns, relativo à espiritualidade ainda é válida para nós no século XX, porque trata dos fundamentos imutáveis da relação de uma pessoa com Deus, oração, leitura de escrituras, leitura espiritual, relação com outras pessoas, virtudes e autodisciplina.
Considerando que as Regras Comuns foram escritas por Vicente para nós, assim como para a sua comunidade, é importante que as leiamos regularmente. É recomendado no capítulo final que as leiamos do princípio ao fim a cada três meses. Provavelmente é melhor lermos parte dela uma vez por semana; leitura regular é essencial se esperamos conseguir conhecê-las bem, e poder distinguir o que ainda é válido para nós hoje daquilo que está antiquado. Como eu já disse, isto significa distinguir, em primeiro lugar, as diretrizes administrativas das diretrizes espirituais.

As Cartas de Vicente

Como as Regras Comuns, as cartas são as próprias palavras de Vicente, escritas pessoalmente ou ditadas a um dos seus secretários. Porém, as Regras Comuns foram escritas para serem lidas por toda Congregação enquanto as cartas foram escritas para pessoas em particular. Além disso, as Regras Comuns foram escritas em latim num estilo bastante formal, enquanto que as cartas foram escritas em francês cotidiano. Isto significa que as cartas são o meio pelo qual hoje entramos em contato mais íntimo com o verdadeiro Vicente. Por isto pediria a qualquer um de vocês que tenham um bom conhecimento de francês, para ler as cartas nesta língua em lugar de uma tradução.
Mais de 3.000 das cartas de Vicente sobreviveram. Foi calculado que ele escreveu aproximadamente 30.000, o que provavelmente é uma estimativa exagerada.
O primeiro ponto que eu quero ressaltar interessará talvez apenas a um número reduzido de vocês, esses que podem ler as cartas em francês ou que têm uma tradução completa de todas as cartas em seu próprio idioma; acredito que haja uma coleção completa em espanhol e uma quase completa em italiano. Pediria a vocês para lerem todas as cartas, em ordem cronológica; isso significa começando com o volume um e lendo sistematicamente do princípio ao fim todos os volumes. O único modo para fazer isto é fixar um certo número de páginas para serem lidas a cada dia. Além disso, façam notas conforme leiam. Posso assegura-los que a dificuldade vale a pena.
Passaram mais de vinte anos da minha ordenação quando fiz isto, assim estou pedindo para vocês fazerem isto numa idade mais jovem e deste modo obterem benefícios maiores.
Aqueles que não falam o francês ou aqueles que não dispõem de alguma tradução completa terão que fazer uso de qualquer seleção de cartas que esteja disponível em seu próprio idioma.
Meu conselho, neste caso, é ler tudo aquilo que está disponível, fazendo notas durante a leitura.
As cartas de Vicente, como já disse, foram endereçadas para pessoas individuais sobre assuntos particulares pertinentes a essas pessoas. Isto significa que nem sempre podemos aplicar a nós mesmos ou para outros o que ele escreveu em uma carta. Elas são interessantes a nós porque nos mostram como Vicente se relacionava com as pessoas e com as situações. Isto significa que nós devemos, se possível, saber algo sobre a pessoa para quem a carta foi endereçada, sobre a casa na qual ela morou, e sobre a situação em questão. A data da carta mostrará em que período da vida de Vicente foi escrita e isto pode ser interessante como o que ele disse na juventude poderia ser diferente do que ele disse, posteriormente, na maturidade.
Finalmente, a maioria das cartas não trata de espiritualidade. Quando uma carta trata de espiritualidade nós temos que nos lembrar, uma vez mais, que foi escrita para uma pessoa particular em uma situação particular e que não pode ser aplicada no geral.

As Conferências para a Comunidade em São Lazaro

Nos volumes XI e XII do Coste existem 224 artigos: a maioria se chama de conferências ou extratos de conferências, mas alguns são chamados repetições de oração. Andre Dodin, CM publicou uma edição revisada em um volume deste material em 1960, com algumas adições.
Ao contrário das Regras Comuns, das cartas e estes artigos, como nós os temos agora, as conferências não foram escritas por Vicente. Elas foram reconstruídas, com graus variados de precisão, a partir de notas feitas por algumas das pessoas que estavam presentes quando Vicente deu as palestras.
Na Introdução para o volume XI, Pierre Coste explica como este material sobreviveu. Não há nenhuma necessidade de se explicar isto aqui, mas Coste mostra que há 31 conferências que são reconstruções mais autênticas que as outras. Estas são dos últimos anos da vida de Vicente e eram feitas sistematicamente pelo Irmão Bertrand Ducournau, um dos seus secretários. Ele teve uma qualificação dobrada por fazer bem este trabalho: tinha sido um secretário profissional antes de se juntar à Congregação e era da mesma parte da França que Vicente, então se familiarizou bem com o estilo de Vicente e seu vocabulário. Eu preparei uma página que dá as datas destas conferências com o número de cada uma no livro de Coste e nas edições de Dodin. Sugiro que vocês leiam estas trinta e uma conferências antes de quaisquer outras, e as re-leiam mais freqüentemente. Como disse, são as que mais autenticamente reproduzem o que Vicente disse.
Se você não lê francês ou não tiver uma tradução completa disponível, terá que fazer o melhor uso possível de qualquer seleção que tenha sido feita em seu próprio idioma. Confira se qualquer uma das trinta e uma que mencionei está em qualquer seleção que você tenha; você saberá através das datas se o número de Coste ou Dodin não é fornecido.

As Conferências para as Filhas de Caridade

Quando ele ministrou conferências às Filhas, Vicente dava freqüentemente para Louise as notas que ele tinha preparado para a conferência e ela devolvia, com freqüência, para revisão de sua reconstrução da conferência. Ele nunca fez isto com as conferências para os confrades.
Quando nós lemos as conferências às Filhas, sempre temos que nos lembrar de que elas foram dadas a um público muito particular, a maioria não tinha educação e muitas delas eram analfabetas. Vicente adaptou suas idéias sobre espiritualidade para este público, e nós não podemos tomar como diretrizes gerais o que ele disse a elas. Por exemplo, em uma conferência ele estava tentando encorajá-las para que rezassem bem. Ele disse:Estou persuadido de que o aprendizado não é uma prática, e que um teólogo, não importa quão instruído é, não obterá ajuda alguma de seu aprendizado para fazer sua oração (IX 200).
Claro que isso simplesmente não é verdade; ele disse meramente para levantar a moral delas e lhes dar um senso de ego-valor. Ele nunca disse qualquer coisa assim para os confrades quando falou de oração, e eu penso que nós podemos dizer que ele realmente não tencionou dizer o que disse.
 

Lendo livros e Artigos sobre Vicente

Como as biografias de Vicente há também livros sobre alguma parte de sua vida ou algum aspecto de seu trabalho. O maior número de tais livros é, compreensivelmente, em francês, mas também há muitos em espanhol e italiano e alguns em inglês. Alguns são traduções de outros idiomas. Cada um de vocês, novamente, terá que procurar o que está disponível em seu próprio idioma, ou em outro idioma que você possa ler.
Como nos livros sobre Vicente também há artigos sobre ele em revisões diferentes ou diários. Você, provavelmente, obterá maior benefícios de artigos do que de livros inteiros.
Vicentiana” é a revisão para a Congregação inteira. Aparece seis vezes por ano e contém artigos em diferentes idiomas. Normalmente também publica os discursos pronunciados nestes Meses Vicentinos.
Eu penso que a maioria das Províncias tem algum tipo de publicação própria que imprime artigos originais ou traduções de outros idiomas. Os franceses têm o Boletim de Lazaristes da França e o Cahiers Vincentiens, os italianos têm o Annali e o espanhol o Anales. A Província irlandesa tem Colloque e as Províncias dos Estados Unidos tem Vincentian Heritage. As Províncias americanas latinas têm o boletim de CLAPVI, e um grupo de algumas das Províncias européias do norte e centrais tem o boletim de MEGVIS.
Também há algumas revisões que cessaram publicação, como Les Annales de la CM e Mission at Charite. Ambos contêm muitos artigos importantes que são leituras de valor.
Eu já mencionei que Vicentiana publicou as conversas dadas nestes Meses Vicentinos. CEME na Espanha publicou, em forma de livro, as conversas dadas em algumas (ou todas?) as Semanas de Salamanca, e o Annali italiano imprimiu as conversas dadas em reuniões semelhantes na Itália.
Eu não quero recomendar livros individuais ou artigos que muitos de vocês poderiam não ter como adquirir ou ler. Eu quero sugerir como obter um maior benefício do que está disponível a cada um de vocês.
Se você vê um artigo em Vicente em qualquer revisão ou revista, em um idioma que você pode ler, dê uma olhada rápida para ver se lhe atrai pessoalmente. Lembre-se, nem todo artigo de Vicente atrairá a todos os confrades individualmente. Se você pensa que o interessaria, leia-o completamente, mas depressa. Então, se você achar que vale a pena, leia novamente mais cuidadosamente fazendo notas conforme você leia; também anote o ano e número do exemplar de forma que você possa achá-lo novamente depois.
Se você já tem um pouco de conhecimento de francês, tente melhorá-lo suficientemente para ler as cartas e conferências em francês; eles perdem muito quando traduzidos. Se você não fala francês, mas tem a possibilidade de aprendê-lo, aproveite-a. Tanto do que foi escrito sobre Vicente quanto sobre a Congregação está em francês, e só uma parte muito pequena deste material foi traduzida.
Se você lê em francês ou em algum outro idioma, faça sempre notas de acordo com a sua leitura. Haverá cartas, conferências, livros e artigos, ou partes de quaisquer destes que atrairão você mais que outros; volte a esses, enquanto relê os outros.
Se sua região tem um boletim eu lhe peço que considere escrever algo sobre Vicente, baseado em sua leitura. Muitos confrades pensam que todos os escritos devem ser deixados aos peritos e especialistas, mas eu discordo. Eu penso que a maioria dos confrades é capaz de escrever algo.
Além disso, se você é capaz de ler uma outra língua eu te peço que considere a idéia de traduzir algo daquele idioma em seu próprio, para o benefício de outros confrades de sua região.
Alguns de você, ou talvez todos vocês, podem ter notado que eu não me referi a São Vicente, menos nas cotações das Constituições e de a carta de Fr. Richardson. O título “São” recorre ao estado atual de Vicente e está errado se usar isto com relação a eventos durante a vida dele. Por exemplo, está incorreto para dizer “S. Vicente orou a Folleville no dia 25 de janeiro de 1617″. Ele não era um santo no dia e se ele tivesse morrido no dia seguinte ele nunca teria sido canonizado. Nós temos que tentar conhecer o homem como ele era nos diferentes períodos da sua vida. Nós temos que tentar conseguir conhecê-lo como um homem, como um padre que trabalhava em Clichy, Chatillon e na casa de De Gondi. Nós temos que tentar conhecê-lo como um confrade, e como general superior de uma congregação se expandindo. As cartas dele são os principais meios de se fazer isto. Mas nós devemos, a todo custo, evitar o perigo de pensar nele como “um santo” em todos os momentos, e em cada um dos eventos, de sua vida.
Estas são as 31 conferências “mais autênticas” de Vicente que me referi em minha conversa. As figuras recorrem ao número, não à página, em Coste e edições de Dodin. As datas são determinadas para o benefício desses que têm somente uma seleção das conferências disponível.
Coste
Date
Dodin
207
30-05-59
130
180
17-05-58
103
195
06-12-58
118
196
13-12-58
119
197
14-12-59
120
198
21-02-59
121
199
07-43-59
122
201
21-03-59
124
202
28-03-59
125
203
18-04-59
126
204
02-05-59
127
205
16-05-59
128
206
23-05-59
129
207
30-05-59
130
208
06-06-59
131
210
05-48-59
133
211
22-08-59
134
212
29-08-59
135
213
26-09-59
136
214
17-10-59
137
215
24-10-59
138
216
07-11-59
139
217
14-11-59
140
218
21-11-59
141
219
28-11-59
142
220
05-12-59
143
221
12-12-59
144
222
19-12-59
145


 

Cronologia

1581
24 de abril, nascimento em Pouy, perto de Dax (Landes).
1595-1597
Estudo em Dax; Preceptor da família De Comet.
1597-1604
Estudos teológicos em Tolosa; preceptor em Buzet.
1598
Morte do pai de Vicente de Paulo. Subdiaconato e Diaconato, em Tarbes.
1600
23 de setembro: ordenado padre, em Chateau L’Évêque, com apenas 19 anos. Cura de Tihl, diocese de Dax. Viagem a Roma.
1604
12 de outubro, bacharel em Teologia.
1605-1607
Viagem a Bordeus, Tolosa e Marselha. Carta do Cativeiro.
1605-1608
Permanência em Avinhão e em Roma.
1608
Chegada a Paris.
1609
Calúnia do Juiz de Sore. Primeiros contatos com Bérulle.
1610
Capelão da Rainha Margarida de Valois. Aquisição da Abadia de São Leonardo de Chaumes.
1611
Estadia no Oratório de De Bérulle. Contato com um teólogo tentado contra a fé.
1612
2 de maio: posse como vigário de Clichy.
1613
Setembro, nomeado Preceptor da família dos Gondi
1614
Tentação contra a fé durante 3 ou 4 anos.
1615
Nomeado Cônego de Ecouis, diocese de Evreux. Doença nas pernas.
1616
Desliga-se da Abadia de São Leonardo de Chaumes.
1617
Confissão do camponês de Gannes (Oise) e Sermão em Folleville (25 de janeiro). Inícios da Congregação.
1617
Saída da casa dos Gondi. Pároco de Châtillon-les-Dombes. Sermão sobre a Caridade. Primeiro grupo de Senhoras da Caridade. Volta à casa dos Gondi.
1618
Missões nas terras da Família Gondi. Criação das Confrarias da Caridade em Villepreux, Joigny, Montmirail. Encontro com São Francisco de Sales.
1619
Capelão Geral das Galeras (8 de fevereiro).
1620
Missões e criação das Confrarias em Folleville’, Paillard.
1621
Confraria da Caridade de Homens, em Joigny. Encontro com a fundadora das Visitandinas, de Chantal.
1622
Nomeado Superior da Visitação. Viagem a Marselha.
1623
Missões nas Galeras. Viagem à terra natal. Licenciatura em Direito Canônico.
1624
Nomeação como Principal do Colégio Des Bons Enfants. Primeiros contatos com o Abade Saint Cyran.
1625
Contrato de fundação da Congregação da Missão (17 de abril); morte da Senhora de Gondi (23 de junho). Primeiros contatos com Luísa de Marillac.
1626
Aprovação da Congregação da Missão pelo Arcebispo de Paris (24 de abril). Vicente de Paulo faz doação de seus bens aos parentes.
1627
Primeiro irmão coadjutor recebido na Congregação.
1628
Contato com Agostinho de Potier Bispo de Beauvais, sobre a urgência da Reforma do clero. Prega o retiro dos ordinandos em Beauvais.
1629
Início dos Retiros, nos Bons Enfants. Envia Luísa de Marillac em visita às Caridades.
1631
Início dos Retiros aos ordinandos, em Paris.
1632
Posse de São Lázaro.
1633
Início das Conferências Eclesiásticas das Terças-Feiras. Primeiras Filhas da Caridade, sob a direção de Luísa de Marillac.
1635
Projeto de Confraria da Caridade, na Corte.
1636
Missionários enviados como Capelães Militares.
1637
Discussão de Saint Cyran com São Vicente.
1638
Início da Obra das Crianças abandonadas.
1639
Ajuda à Lorena. Missão aos refugiados em Paris.
1640
Atuação de São Vicente junto a Richelieu em defesa da paz.
1642
Primeira Assembléia Geral da Congregação da Missão, São Vicente apresenta sua demissão. Começo de um Seminário no Colégio dos Bons Enfants. Morte do Cardeal Richelieu.
1643
Assiste a Luís XIII agonizante. Nomeado para o Conselho de Consciência da Regência.
1644
Grave enfermidade de São Vicente.
1646
Fundação na Argélia. Missão na Irlanda e na Escócia. Pedido de fundação em Marrocos.
1648
Oposição ao jansenismo. Missão em Madagáscar.
1649
Interferência de Vicente junto à Rainha, para o afastamento de Mazarino (Guerra da Fronde). Opõe-se às doutrinas de Port-Royal.
1651
Implantação da Congregação, na Polônia.
1652
Atendimento às regiões assoladas pelas guerras: 10.000 pobres alimentados em São Lázaro; 15.000 socorridos em Paris.
1653
Vicente deixa o Conselho de Consciência.
1655
Problemas entre o Governo e a Congregação por ter acolhido o Cardeal de Retz, em Roma.
1658
Entrega aos coirmãos as regras comuns da Congregação da Missão.
1659
Imobilizado por causa da doença das pernas. Não pode mais celebrar. Designa secretamente seu sucessor, Renê Almeras.
1660
Morte de Luísa de Marillac (15 de março). Projeto de Vicente de enviar missionários à China.
1660
27 de setembro, 4:45 da manhã, morte de São Vicente de Paulo.
1729
13 de agosto beatificado por Bento XIII.
1737
16 de junho, canonizado por Clemente XII.
1885
12 de maio, o Papa Leão XIII declarou São Vicente de Paulo Patrono de todas as obras de caridade.
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