quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Biografía de São Vicente de Paulo


Biografía de São Vicente de Paulo


Ficha del Artículo








Vicente de Paulo pertenceu a uma sociedade bastante diferente da nossa e bastante complexa. Ele teve contatos com muitas pessoas de posição, inclusive no clero. Para entender este contexto e a personalidade humana e cristã bastante complexa de São Vicente, é recomendado que o leitor consulte trabalhos históricos relativo ao Século XVII.
Vicente nasceu em Pouy, perto de Dax, durante a primavera de 1581, em uma família de pessoas notáveis. A situação material do seu tempo era precária, uma vez que a região estava se recuperando gradualmente das devastações ocorridas pelas ações protestantes de Jeanne d’Albret, mãe de Henrique IV. Vicente nunca aludiu a estes eventos e sempre buscou um diálogo humilde com protestantes. O pai de Vicente veio de uma família de pessoas importantes da região, e sua mãe era filha do dono de uma pequena fazenda na zona rural que estava se recuperando lentamente da destruição. Um tio paterno de São Vicente administrava um hospício local para os viajantes e peregrinos pobres. Os tios maternos eram magistrados, e o seu avô, por parte de mãe possuia um título de nobreza. Os pais de São Vicene cultivaram uma propriedade modesta, mas Vicente nunca mencionou este aspecto: de ser um camponês. Eles eram pobres? A resposta deve ser sim, quando comparados com as pessoas das cidades grandes, mas, como proprietários de terras, possuíam boas relações com os diversos níveis sociais. Isto explica em parte o custume que Vicente adquiriu desde pequeno de construir bom relacionamento com pessoas de todos os níveis sociais.
A família de Vicente possuía uma fé simples na providência de Deus, permanecendo sempre apesar das diversas calamidades por que passaram.
O pai de Vicente o enviou para estudos, de forma a garantir benefícios eclesiásticos, a exemplo de seu tio. O protetor de Vicente, um advogado do tribunal de Dax, também foi uma inspiração para a idéia do sacerdócio. Futuramente, o Padre Vicente declararia que naquele momento ele não entendia ainda a grandeza do ministério que abraçara, nem de suas responsabilidades. Depois de seus estudos secundários, os quais duraram quatro anos em Dax, Vicente entrou na universidade. Ele provavelmente começou em Zaragoza ao final de 1596, mudando-se Toulouse ao final de 1597.
Em um processo de ordenação muito rápido, Vicente foi ordenado subdiácono e diácono em 1598 e 1599 respectivamente, e em Setembro de 1600, foi ordenado sacerdote em Périgueux.
Posteriormente, terminou os estudos em Toulouse em 1604 e recebeu o bacharelado em teologia e a licença para ensinar o Segundo Livro das Orações de Peter Lombard, que tratava de: criação, pecado, liberdade e graça. Ele provavelmente ensinou lá até maio ou junho de 1605. Ao longo de sua vida, manteve as habilidades teológicas e o dom de ensinar.
Em duas cartas que enviou a seu benfeitor, Vicente explicou seus dois anos de silêncio. Capturado por corsários da Costa Barbária e vendido como escravo a quatro diferentes donos – um pescador, um alquimista, o sobrinho do alquimista e, finalmente a um cristão renegado de Nice – conseguiu escapar por mar até Avignon. Em Avignon, obteve contato com o Nuncio, o qual mostrou muito interesse no conhecimento de Vicente a respeito de alquimia. Ele levou Vicente para Roma no outono de 1607, visando obter para ele um emprego bem remunerado.
Estas duas cartas estavam cheias de informação sobre Vicente. Podemos ver nelas seu temperamento, sua facilidade em se relacionar com pessoas, sua busca por dinheiro, sua ligação a amigos e à família, seu conhecimento profundo da língua francesa, a expressão de sua verdadeira fé cristã e o seu interesse por pesquisa, por exemplo, sobre medicina e alquimia.
Após um ano em Roma, Vicente foi para Paris no final de 1608, provavelmente para uma missão temporária: ele esperava que, por volta de 1610, pudesse retornar a Dax, para viver junto à sua mãe, com um bom cargo eclesial. Em Paris, Vicente permaneceu na abadia de São Leonardo de Chaume, perto de La Rochelle.
Na realidade, Vicente não voltou a viver em Dax, como planejara, permanecendo em Paris. Sua estadia permitiu-lhe conviver com um bom padre com o qual aprendeu com sua conduta pastoral e a convivência com protestantes. Teve ainda a oportunidade de conviver com Pierre de Bérulle, o qual possibilitou o contato com os escritos de Teresa d’Ávila, Inácio de Loyola, Luiz de Granada, Francisco de Assis, Francisco de Sales, entre outros.
Sua busca por uma boa remuneração não terminara durante este período. Vicente permaneceu no Oratório, fundado por Bérulle em 11 de Novembro de 1611. A espiritualidade do Oratório se centrava em Jesus Cristo, filho encarnado de Deus. Havia conferências semanais, especialmente nas festas litúrgicas; a Eucaristia era venerada; Maria era sempre colocada por Bérulle como tendo um lugar na missão da Igreja diante dos mais pobres dentre os pobres. Vicente era o principal discípulo de Bérulle e manteve a prática das conferências e as principais linhas de sua espiritualidade, mesmo depois da morte de seu mestre.
Em 1612, Vicente tomou posse da paróquia de Clichy, perto de Paris, onde pode obter uma modesta remuneração, mas possibilitou-lhe desenvolver sua vocação de um zeloso pastor de pessoas boas e importantes.
No final de 1613, Vicente foi convidado a ser o tutor dos filhos dos Gondi. Nesta ocasião, Vicente teve a oportunidade de estudar, meditar e pregar para camponeses das numerosas propriedades dos Gondi. Os raros sermões ainda existentes deste período se centravam na Trindade, na Encarnação e na atitude de adoração à Eucaristia. Eles ainda tratavam especialmente do catecismo e nos exemplos de santos.
Em 1617, o arcebispo De Marquemont de Lion, quiz fazer Chântillon-les-Dombes (hoje Chântillo-sobre-Chalaronne) um centro missionário e convidou Bérulle a fundar uma comunidade de padres do Oratório. Bérulle convidou Vicente para liderar um grupo de seis sacerdotes extremamente competentes. Foi a oportunidade para Vicente liderar uma equipe em uma missão.
Em um domingo, antes da missa, alguém pediu a Vicente para convidar pessoas benevolentes para ajudar uma família pobre e doente da paróquia. A resposta das senhoras da paróquia foi maior do que a expectativa de Vicente e este foi o primeiro grupo de Damas da Caridade. Com a vocação de união com Deus através de um serviço espiritual e físico aos pobres, com “caridade, humildade e simplicidade”, as Damas da Caridade estão hoje espalhadas pelo mundo inteiro e constituem a Associação Internacional das Caridades (AIC).
Em 1622, Francisco de Sales nomeou Vicente Visitador das freiras de Paris. Vicente permaneceu como Visitador da ordem até a sua morte. Como Visitador, Vicente proferia conferências sobre espiritualidade, fundou três novos mosteiros e fazia o possível para levantar fundos para a sobrevivência da ordem.
Em 1625, Madame de Gondi persuadiu Vicente a formar uma congregação de padres dedicados à pregação do Evangelho aos pobres e levantou fundos para possibilitar a sua fundação. Os três primeiros coirmãos se juntaram a Vicente em 4 de Setembro de 1626. Estava fundada a Congregação da Missão, crescendo rapidamente para fora das propriedades dos Gondi.
Vicente e seus missionários enfatizavam especialmente a Trindade, a Criação, o final do homem no Céu. A finalidade principal, escrita por Vicente era: “atrair almas para o Céu”. Os missionários pregavam sobre moral de manhã cedo – chamando estas pregações de “sermões” – e sobre doutrina à tarde, chamando a isto de “o grande catecismo”.
Dada a grande dificuldade em formar novos sacerdotes em seminários, Vicente inovou, criando retiros de duas semanas para formação de seminaristas. Esta experiência se mostrou um sucesso e foi adotada praticamente em todas as dioceses.
Em 1633, esta experiência foi consolidada como um instrumento de formação contínuo: estavam estabelecidas as “Conferências das Terças-Feiras”. Nelas, Vicente propunha e pregava sobre assuntos específicos e os padres compartilhavam os acontecimentos que tinham acontecido na semana precendente relativos a estes assuntos.
Enquanto isso, Vicente tomou para si a responsabilidade de gerenciar o leprosário de São Lázaro, junto com seus coirmãos: por isso, os Padres da Missão passaram a se chamar de “Lazaristas”.
As Caridades cresciam rapidamente. Em Paris, as Damas da Caridade começaram em 1630 um serviço às jovens em perigo na cidade. Neste serviço, em particular se destacavam Madame de Villeneuve e Marguerite Naseau, a qual veio a falecer por uma praga adquirida através de contacto com uma moça a qual servia. Luiza de Marillac concordou em liderar o grupo e, em 1633, estava fundada a Companhia das Filhas da Caridade, com o mesmo espírito das Damas da Caridade: “honrar Nosso Senhor Jesus Cristo e sua santa mãe em seu serviço espiritual e físico pelo pobre”, pela busca de sua santificação através da caridade, humildade e simplicidade.
Em 1885, o Papa Leão XIII declarou São Vicente de Paulo como o Patrono das obras de caridade.
 

Sobre as Biografias

Há muitas biografias sobre Vicente de pequenos e médios tamanhos, disponíveis em idiomas variados, muitas traduzidas dos principais idiomas europeus. É útil lê-las ou relê-las de vez em quando ou ler partes delas. Muito freqüentemente algo novo nos surpreenderá, ou veremos algo por um novo ângulo.
Vicentinos de cada grupo de idiomas saberão quais são considerados os melhores livros em sua própria língua. “O Mundo de Monsieur Vincent” por Mary Purcell, uma leiga irlandesa, foi publicado em 1963 e reimpresso em 1989. Muitas pessoas o consideram como o melhor livro em inglês sobre Vicente. Também foi traduzido para a língua da Indonésia. A biografia de Jean Calvet, publicada em francês em 1948, foi traduzida para o inglês em 1952. A curta biografia feira por Luigi Mezzadri saiu em 1989 e foi traduzida em francês, inglês e espanhol.
As três biografias principais foram escritas por Louis Abelly, Pierre Coste e Jose Maria Roman, conforme indica abaixo:

Abelly

O livro de Abelly foi publicado em 1664, quatro anos depois da morte de Vicente e tem vários defeitos. Citando as cartas ou conferências de Vicente, ele freqüentemente mudou parágrafos, orações ou palavras, porque considerava o estilo de Vicente deficiente em termos literários.Também tinha uma idéia preconcebida de como um padre santo deveria ser, e tentou ajustar Vicente neste modelo. Dá a impressão de que Vicente era um santo desde a infância, e omite qualquer coisa que considera inadequada para a imagem preconcebida que ele tinha.
Por outro lado há dois importantes aspectos positivos no livro de Abelly. Primeiro, ele estava escrevendo sobre um homem que tinha conhecido pessoalmente. Por causa disto, adquirimos uma visão real sobre Vicente. Em segundo lugar, Abelly pôde utilizar as recordações e impressões de outras pessoas que tinham conhecido Vicente pessoalmente, especialmente o Irmão Bertrand Ducournau, um dos secretários de Vicente.
Em 1985 Andre Dodin CM publicou um livro sobre a biografia de Abelly: “La Legende et l’Histoire: De Monsieur De Paul a St. Vincent de Paul”: [Lenda e História: do Senhor De Paul para São Vicente de Paulo]. No exemplar de outono de 1993 de “Colloque”, Jornal da Província irlandesa, há um artigo do livro de Dodin por Andrew Spelman CM.

Coste

A biografia de três volumes de Coste foi publicada em 1932. Contém uma lista muito detalhada das atividades de Vicente, mas, apesar disso, não dá um quadro claro do tipo de homem que ele era. Minha opinião sobre a biografia de Coste é que um confrade deveria ler isto uma vez na vida, e depois reler suas partes vez por outra, quando for necessário para descobrir novos fatos. Alguém disse que a biografia de Coste foi mais um trabalho de arquivista do que de um historiador ou biógrafo.
Foi traduzido para o espanhol e italiano, e um ou dois dos volumes para o alemão.

Roman

Esta foi publicada em 1981, a primeira biografia importante desde Coste. É mais curta que Abelly ou Coste, mas leva em conta o progresso que foi feito nos estudos vicentinos em meio século desde o último.
Foi traduzido para o italiano e polonês, e uma tradução inglesa será publicada ainda este ano.
Eu já mencionei que é importante a leitura e releitura das biografias sobre Vicente; é mais importante, entretanto, ler e reler o que ele escreveu.
 

O que Vicente escreveu

Os escritos de Vicente que ainda restam foram publicados por Coste em doze volumes, oito de cartas e quatro de conferências.Vicente não planejou a impressão ou publicação de nenhuma parte desse material. O único trabalho que ele pretendeu publicar com uma circulação limitada foram as Regras Comuns da Congregação da Missão.
Gostaria de dizer algo sobre estes escritos debaixo de quatro títulos: As Regras Comuns, as cartas, as conferências para a comunidade de São Lazaro e as conferências para as Filhas da Caridade.

As Regras Comuns

Vicente escreveu as Regras Comuns em latim. Penso que elas foram traduzidas em sua maioria, se não totalmente, nos idiomas vernáculos das diferentes Províncias da Congregação. É importante que uma boa e atraente tradução esteja disponível se os confrades precisarem saber mais sobre as Regras Comuns. Por muitos anos na Província irlandesa tivemos uma tradução que tinha se tornado ultrapassada, em idioma arcaico que desanimava os confrades a lerem as Regras Comuns.
As Regras Comuns têm um grande defeito. Vicente combinou duas coisas em um livro: diretrizes em espiritualidade e diretrizes em administração. Nas diretrizes em administração há algumas coisas que pertencem ao século XVII e há outras que dizem respeito à França. Qualquer coisa que se enquadra completamente no século XVII ou completamente no modelo francês para nós, que não somos nem do século XVII nem franceses, podemos ignorar. Muito do material relativo à administração de casas de comunidade cai em uma ou outra destas categorias.
A maioria do material presente nas Regras Comuns, relativo à espiritualidade ainda é válida para nós no século XX, porque trata dos fundamentos imutáveis da relação de uma pessoa com Deus, oração, leitura de escrituras, leitura espiritual, relação com outras pessoas, virtudes e autodisciplina.
Considerando que as Regras Comuns foram escritas por Vicente para nós, assim como para a sua comunidade, é importante que as leiamos regularmente. É recomendado no capítulo final que as leiamos do princípio ao fim a cada três meses. Provavelmente é melhor lermos parte dela uma vez por semana; leitura regular é essencial se esperamos conseguir conhecê-las bem, e poder distinguir o que ainda é válido para nós hoje daquilo que está antiquado. Como eu já disse, isto significa distinguir, em primeiro lugar, as diretrizes administrativas das diretrizes espirituais.

As Cartas de Vicente

Como as Regras Comuns, as cartas são as próprias palavras de Vicente, escritas pessoalmente ou ditadas a um dos seus secretários. Porém, as Regras Comuns foram escritas para serem lidas por toda Congregação enquanto as cartas foram escritas para pessoas em particular. Além disso, as Regras Comuns foram escritas em latim num estilo bastante formal, enquanto que as cartas foram escritas em francês cotidiano. Isto significa que as cartas são o meio pelo qual hoje entramos em contato mais íntimo com o verdadeiro Vicente. Por isto pediria a qualquer um de vocês que tenham um bom conhecimento de francês, para ler as cartas nesta língua em lugar de uma tradução.
Mais de 3.000 das cartas de Vicente sobreviveram. Foi calculado que ele escreveu aproximadamente 30.000, o que provavelmente é uma estimativa exagerada.
O primeiro ponto que eu quero ressaltar interessará talvez apenas a um número reduzido de vocês, esses que podem ler as cartas em francês ou que têm uma tradução completa de todas as cartas em seu próprio idioma; acredito que haja uma coleção completa em espanhol e uma quase completa em italiano. Pediria a vocês para lerem todas as cartas, em ordem cronológica; isso significa começando com o volume um e lendo sistematicamente do princípio ao fim todos os volumes. O único modo para fazer isto é fixar um certo número de páginas para serem lidas a cada dia. Além disso, façam notas conforme leiam. Posso assegura-los que a dificuldade vale a pena.
Passaram mais de vinte anos da minha ordenação quando fiz isto, assim estou pedindo para vocês fazerem isto numa idade mais jovem e deste modo obterem benefícios maiores.
Aqueles que não falam o francês ou aqueles que não dispõem de alguma tradução completa terão que fazer uso de qualquer seleção de cartas que esteja disponível em seu próprio idioma.
Meu conselho, neste caso, é ler tudo aquilo que está disponível, fazendo notas durante a leitura.
As cartas de Vicente, como já disse, foram endereçadas para pessoas individuais sobre assuntos particulares pertinentes a essas pessoas. Isto significa que nem sempre podemos aplicar a nós mesmos ou para outros o que ele escreveu em uma carta. Elas são interessantes a nós porque nos mostram como Vicente se relacionava com as pessoas e com as situações. Isto significa que nós devemos, se possível, saber algo sobre a pessoa para quem a carta foi endereçada, sobre a casa na qual ela morou, e sobre a situação em questão. A data da carta mostrará em que período da vida de Vicente foi escrita e isto pode ser interessante como o que ele disse na juventude poderia ser diferente do que ele disse, posteriormente, na maturidade.
Finalmente, a maioria das cartas não trata de espiritualidade. Quando uma carta trata de espiritualidade nós temos que nos lembrar, uma vez mais, que foi escrita para uma pessoa particular em uma situação particular e que não pode ser aplicada no geral.

As Conferências para a Comunidade em São Lazaro

Nos volumes XI e XII do Coste existem 224 artigos: a maioria se chama de conferências ou extratos de conferências, mas alguns são chamados repetições de oração. Andre Dodin, CM publicou uma edição revisada em um volume deste material em 1960, com algumas adições.
Ao contrário das Regras Comuns, das cartas e estes artigos, como nós os temos agora, as conferências não foram escritas por Vicente. Elas foram reconstruídas, com graus variados de precisão, a partir de notas feitas por algumas das pessoas que estavam presentes quando Vicente deu as palestras.
Na Introdução para o volume XI, Pierre Coste explica como este material sobreviveu. Não há nenhuma necessidade de se explicar isto aqui, mas Coste mostra que há 31 conferências que são reconstruções mais autênticas que as outras. Estas são dos últimos anos da vida de Vicente e eram feitas sistematicamente pelo Irmão Bertrand Ducournau, um dos seus secretários. Ele teve uma qualificação dobrada por fazer bem este trabalho: tinha sido um secretário profissional antes de se juntar à Congregação e era da mesma parte da França que Vicente, então se familiarizou bem com o estilo de Vicente e seu vocabulário. Eu preparei uma página que dá as datas destas conferências com o número de cada uma no livro de Coste e nas edições de Dodin. Sugiro que vocês leiam estas trinta e uma conferências antes de quaisquer outras, e as re-leiam mais freqüentemente. Como disse, são as que mais autenticamente reproduzem o que Vicente disse.
Se você não lê francês ou não tiver uma tradução completa disponível, terá que fazer o melhor uso possível de qualquer seleção que tenha sido feita em seu próprio idioma. Confira se qualquer uma das trinta e uma que mencionei está em qualquer seleção que você tenha; você saberá através das datas se o número de Coste ou Dodin não é fornecido.

As Conferências para as Filhas de Caridade

Quando ele ministrou conferências às Filhas, Vicente dava freqüentemente para Louise as notas que ele tinha preparado para a conferência e ela devolvia, com freqüência, para revisão de sua reconstrução da conferência. Ele nunca fez isto com as conferências para os confrades.
Quando nós lemos as conferências às Filhas, sempre temos que nos lembrar de que elas foram dadas a um público muito particular, a maioria não tinha educação e muitas delas eram analfabetas. Vicente adaptou suas idéias sobre espiritualidade para este público, e nós não podemos tomar como diretrizes gerais o que ele disse a elas. Por exemplo, em uma conferência ele estava tentando encorajá-las para que rezassem bem. Ele disse:Estou persuadido de que o aprendizado não é uma prática, e que um teólogo, não importa quão instruído é, não obterá ajuda alguma de seu aprendizado para fazer sua oração (IX 200).
Claro que isso simplesmente não é verdade; ele disse meramente para levantar a moral delas e lhes dar um senso de ego-valor. Ele nunca disse qualquer coisa assim para os confrades quando falou de oração, e eu penso que nós podemos dizer que ele realmente não tencionou dizer o que disse.
 

Lendo livros e Artigos sobre Vicente

Como as biografias de Vicente há também livros sobre alguma parte de sua vida ou algum aspecto de seu trabalho. O maior número de tais livros é, compreensivelmente, em francês, mas também há muitos em espanhol e italiano e alguns em inglês. Alguns são traduções de outros idiomas. Cada um de vocês, novamente, terá que procurar o que está disponível em seu próprio idioma, ou em outro idioma que você possa ler.
Como nos livros sobre Vicente também há artigos sobre ele em revisões diferentes ou diários. Você, provavelmente, obterá maior benefícios de artigos do que de livros inteiros.
Vicentiana” é a revisão para a Congregação inteira. Aparece seis vezes por ano e contém artigos em diferentes idiomas. Normalmente também publica os discursos pronunciados nestes Meses Vicentinos.
Eu penso que a maioria das Províncias tem algum tipo de publicação própria que imprime artigos originais ou traduções de outros idiomas. Os franceses têm o Boletim de Lazaristes da França e o Cahiers Vincentiens, os italianos têm o Annali e o espanhol o Anales. A Província irlandesa tem Colloque e as Províncias dos Estados Unidos tem Vincentian Heritage. As Províncias americanas latinas têm o boletim de CLAPVI, e um grupo de algumas das Províncias européias do norte e centrais tem o boletim de MEGVIS.
Também há algumas revisões que cessaram publicação, como Les Annales de la CM e Mission at Charite. Ambos contêm muitos artigos importantes que são leituras de valor.
Eu já mencionei que Vicentiana publicou as conversas dadas nestes Meses Vicentinos. CEME na Espanha publicou, em forma de livro, as conversas dadas em algumas (ou todas?) as Semanas de Salamanca, e o Annali italiano imprimiu as conversas dadas em reuniões semelhantes na Itália.
Eu não quero recomendar livros individuais ou artigos que muitos de vocês poderiam não ter como adquirir ou ler. Eu quero sugerir como obter um maior benefício do que está disponível a cada um de vocês.
Se você vê um artigo em Vicente em qualquer revisão ou revista, em um idioma que você pode ler, dê uma olhada rápida para ver se lhe atrai pessoalmente. Lembre-se, nem todo artigo de Vicente atrairá a todos os confrades individualmente. Se você pensa que o interessaria, leia-o completamente, mas depressa. Então, se você achar que vale a pena, leia novamente mais cuidadosamente fazendo notas conforme você leia; também anote o ano e número do exemplar de forma que você possa achá-lo novamente depois.
Se você já tem um pouco de conhecimento de francês, tente melhorá-lo suficientemente para ler as cartas e conferências em francês; eles perdem muito quando traduzidos. Se você não fala francês, mas tem a possibilidade de aprendê-lo, aproveite-a. Tanto do que foi escrito sobre Vicente quanto sobre a Congregação está em francês, e só uma parte muito pequena deste material foi traduzida.
Se você lê em francês ou em algum outro idioma, faça sempre notas de acordo com a sua leitura. Haverá cartas, conferências, livros e artigos, ou partes de quaisquer destes que atrairão você mais que outros; volte a esses, enquanto relê os outros.
Se sua região tem um boletim eu lhe peço que considere escrever algo sobre Vicente, baseado em sua leitura. Muitos confrades pensam que todos os escritos devem ser deixados aos peritos e especialistas, mas eu discordo. Eu penso que a maioria dos confrades é capaz de escrever algo.
Além disso, se você é capaz de ler uma outra língua eu te peço que considere a idéia de traduzir algo daquele idioma em seu próprio, para o benefício de outros confrades de sua região.
Alguns de você, ou talvez todos vocês, podem ter notado que eu não me referi a São Vicente, menos nas cotações das Constituições e de a carta de Fr. Richardson. O título “São” recorre ao estado atual de Vicente e está errado se usar isto com relação a eventos durante a vida dele. Por exemplo, está incorreto para dizer “S. Vicente orou a Folleville no dia 25 de janeiro de 1617″. Ele não era um santo no dia e se ele tivesse morrido no dia seguinte ele nunca teria sido canonizado. Nós temos que tentar conhecer o homem como ele era nos diferentes períodos da sua vida. Nós temos que tentar conseguir conhecê-lo como um homem, como um padre que trabalhava em Clichy, Chatillon e na casa de De Gondi. Nós temos que tentar conhecê-lo como um confrade, e como general superior de uma congregação se expandindo. As cartas dele são os principais meios de se fazer isto. Mas nós devemos, a todo custo, evitar o perigo de pensar nele como “um santo” em todos os momentos, e em cada um dos eventos, de sua vida.
Estas são as 31 conferências “mais autênticas” de Vicente que me referi em minha conversa. As figuras recorrem ao número, não à página, em Coste e edições de Dodin. As datas são determinadas para o benefício desses que têm somente uma seleção das conferências disponível.
Coste
Date
Dodin
207
30-05-59
130
180
17-05-58
103
195
06-12-58
118
196
13-12-58
119
197
14-12-59
120
198
21-02-59
121
199
07-43-59
122
201
21-03-59
124
202
28-03-59
125
203
18-04-59
126
204
02-05-59
127
205
16-05-59
128
206
23-05-59
129
207
30-05-59
130
208
06-06-59
131
210
05-48-59
133
211
22-08-59
134
212
29-08-59
135
213
26-09-59
136
214
17-10-59
137
215
24-10-59
138
216
07-11-59
139
217
14-11-59
140
218
21-11-59
141
219
28-11-59
142
220
05-12-59
143
221
12-12-59
144
222
19-12-59
145


 

Cronologia

1581
24 de abril, nascimento em Pouy, perto de Dax (Landes).
1595-1597
Estudo em Dax; Preceptor da família De Comet.
1597-1604
Estudos teológicos em Tolosa; preceptor em Buzet.
1598
Morte do pai de Vicente de Paulo. Subdiaconato e Diaconato, em Tarbes.
1600
23 de setembro: ordenado padre, em Chateau L’Évêque, com apenas 19 anos. Cura de Tihl, diocese de Dax. Viagem a Roma.
1604
12 de outubro, bacharel em Teologia.
1605-1607
Viagem a Bordeus, Tolosa e Marselha. Carta do Cativeiro.
1605-1608
Permanência em Avinhão e em Roma.
1608
Chegada a Paris.
1609
Calúnia do Juiz de Sore. Primeiros contatos com Bérulle.
1610
Capelão da Rainha Margarida de Valois. Aquisição da Abadia de São Leonardo de Chaumes.
1611
Estadia no Oratório de De Bérulle. Contato com um teólogo tentado contra a fé.
1612
2 de maio: posse como vigário de Clichy.
1613
Setembro, nomeado Preceptor da família dos Gondi
1614
Tentação contra a fé durante 3 ou 4 anos.
1615
Nomeado Cônego de Ecouis, diocese de Evreux. Doença nas pernas.
1616
Desliga-se da Abadia de São Leonardo de Chaumes.
1617
Confissão do camponês de Gannes (Oise) e Sermão em Folleville (25 de janeiro). Inícios da Congregação.
1617
Saída da casa dos Gondi. Pároco de Châtillon-les-Dombes. Sermão sobre a Caridade. Primeiro grupo de Senhoras da Caridade. Volta à casa dos Gondi.
1618
Missões nas terras da Família Gondi. Criação das Confrarias da Caridade em Villepreux, Joigny, Montmirail. Encontro com São Francisco de Sales.
1619
Capelão Geral das Galeras (8 de fevereiro).
1620
Missões e criação das Confrarias em Folleville’, Paillard.
1621
Confraria da Caridade de Homens, em Joigny. Encontro com a fundadora das Visitandinas, de Chantal.
1622
Nomeado Superior da Visitação. Viagem a Marselha.
1623
Missões nas Galeras. Viagem à terra natal. Licenciatura em Direito Canônico.
1624
Nomeação como Principal do Colégio Des Bons Enfants. Primeiros contatos com o Abade Saint Cyran.
1625
Contrato de fundação da Congregação da Missão (17 de abril); morte da Senhora de Gondi (23 de junho). Primeiros contatos com Luísa de Marillac.
1626
Aprovação da Congregação da Missão pelo Arcebispo de Paris (24 de abril). Vicente de Paulo faz doação de seus bens aos parentes.
1627
Primeiro irmão coadjutor recebido na Congregação.
1628
Contato com Agostinho de Potier Bispo de Beauvais, sobre a urgência da Reforma do clero. Prega o retiro dos ordinandos em Beauvais.
1629
Início dos Retiros, nos Bons Enfants. Envia Luísa de Marillac em visita às Caridades.
1631
Início dos Retiros aos ordinandos, em Paris.
1632
Posse de São Lázaro.
1633
Início das Conferências Eclesiásticas das Terças-Feiras. Primeiras Filhas da Caridade, sob a direção de Luísa de Marillac.
1635
Projeto de Confraria da Caridade, na Corte.
1636
Missionários enviados como Capelães Militares.
1637
Discussão de Saint Cyran com São Vicente.
1638
Início da Obra das Crianças abandonadas.
1639
Ajuda à Lorena. Missão aos refugiados em Paris.
1640
Atuação de São Vicente junto a Richelieu em defesa da paz.
1642
Primeira Assembléia Geral da Congregação da Missão, São Vicente apresenta sua demissão. Começo de um Seminário no Colégio dos Bons Enfants. Morte do Cardeal Richelieu.
1643
Assiste a Luís XIII agonizante. Nomeado para o Conselho de Consciência da Regência.
1644
Grave enfermidade de São Vicente.
1646
Fundação na Argélia. Missão na Irlanda e na Escócia. Pedido de fundação em Marrocos.
1648
Oposição ao jansenismo. Missão em Madagáscar.
1649
Interferência de Vicente junto à Rainha, para o afastamento de Mazarino (Guerra da Fronde). Opõe-se às doutrinas de Port-Royal.
1651
Implantação da Congregação, na Polônia.
1652
Atendimento às regiões assoladas pelas guerras: 10.000 pobres alimentados em São Lázaro; 15.000 socorridos em Paris.
1653
Vicente deixa o Conselho de Consciência.
1655
Problemas entre o Governo e a Congregação por ter acolhido o Cardeal de Retz, em Roma.
1658
Entrega aos coirmãos as regras comuns da Congregação da Missão.
1659
Imobilizado por causa da doença das pernas. Não pode mais celebrar. Designa secretamente seu sucessor, Renê Almeras.
1660
Morte de Luísa de Marillac (15 de março). Projeto de Vicente de enviar missionários à China.
1660
27 de setembro, 4:45 da manhã, morte de São Vicente de Paulo.
1729
13 de agosto beatificado por Bento XIII.
1737
16 de junho, canonizado por Clemente XII.
1885
12 de maio, o Papa Leão XIII declarou São Vicente de Paulo Patrono de todas as obras de caridade.
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